Cenário desfavorável


Governo precisa fazer o dever de casa antes de cobrar investimentos privados, avaliam tucanos

A reunião da presidente Dilma com grandes empresários do país para pedir mais investimentos no setor produtivo e na infraestrutura não surtirá os efeitos desejados pelo governo, avaliam os deputados Valdivino de Oliveira (GO) e Domingos Sávio (MG). De acordo com os tucanos, o Planalto não tem feito o dever de casa e protela ações essenciais para o desenvolvimento da economia. A petista realizou encontro na manhã desta quinta-feira (22) com 28 representantes de diversas áreas.

“O governo deveria criar um ambiente propício ao investimento. Sem fazer o que precisa, não vai adiantar nada pedir aos empresários que apliquem mais”, resumiu Valdivino. A preocupação da presidente é mostrar que pretende cumprir a meta de crescimento de 4% e superar os 20% de investimentos do PIB. O deputado acredita que falta alterar o cenário para alcançar esses compromissos. Em 2011, o PIB nacional aumentou apenas 2,7%.

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Mas, para atender ao pedido da petista, o empresariado tem exigências. Quer que o Executivo federal melhore as condições da economia para encorajá-los a voltar a investir. A redução dos custos tributários e logísticos está entre as ações que devem ser adotadas. Outro pedido é a revisão do corte de 22% do orçamento da Ciência e Tecnologia.

“O setor privado sente-se inibido a aplicar, pois o país passa por um processo de desindustrialização”, destaca Valdivino. Para o tucano, o governo quer fazer exigências, mas não atende necessidades básicas, tanto dos empresários quanto do país. Para ele, é preciso criar uma situação diferente da atual. “Esse ambiente inclui um câmbio mais favorável, spread bancário mais próximo do que é praticado nos demais países e carga tributária amena para a produção”, explica.

“Infelizmente, o Executivo não está em condições de cobrar. Percebemos que a cobrança deve ser feita ao governo”, disse Domingos Sávio. “O Brasil está errado e o governo tem uma grande parcela de responsabilidade nisso, pois gasta mal o dinheiro do povo”, completou. Durante a reunião, a presidente prometeu desonerar a folha de pagamento de alguns segmentos da indústria e manter o Real desvalorizado em relação a outras moedas.

Na opinião de Sávio, o Executivo tem “aberto as fronteiras do país a uma importação desenfreada, com um câmbio desleal com as indústrias nacionais, o que significa um desastre para a produção”.

Participaram do encontro o presidente do BNDES, Luciano Coutinho, e os ministros Guido Mantega (Fazenda),  Fernando Pimentel (Desenvolvimento Econômico) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência).

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Wilson Dias/ABr/ Áudio:Elyvio Blower)

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22 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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