Irregularidades sem fim

A pedido do PSDB, ministro da Fazenda irá à Câmara esclarecer denúncias

A pedido do deputado Vaz de Lima (SP), o ministro da Fazenda, Guido Mantega, irá à Câmara falar sobre a política econômica do governo federal e os reflexos da crise financeira internacional. Requerimentos do tucano foram aprovados nesta quarta-feira (21) nas comissões de Finanças e Tributação e de Fiscalização e Controle para realização de audiência conjunta com o titular. Os indícios de irregularidades em órgãos vinculados à pasta também devem permear o debate, de acordo com o parlamentar.

“O ministro tem que explicar muita coisa. Ele falará um pouco sobre a política econômica, mas será questionado sobre várias questões que estão ocorrendo no país”, afirmou Vaz de Lima. O tucano quer explicações sobre a conduta ética do governo, no que diz respeito à gestão da Fazenda.

O deputado irá aproveitar a audiência para pedir esclarecimentos sobre a saída do ex-presidente da Casa da Moeda Luiz Felipe Denucci após a suspeita de recebimento de propina de fornecedores da instituição por duas empresas no exterior em nome de Denucci e da filha. Outro questionamento que deve ser levantado por parlamentares do PSDB é em relação ao depósito de quase R$ 1 milhão feito em 2011 numa conta bancária do ex-vice-presidente do Banco do Brasil Allan Toledo, que dirigia a área de Atacado, Negócios Internacionais e Private Banking. Toledo foi acusado de tentar desestabilizar o presidente do banco, Aldemir Bendine, e ficar com o cargo.

“Queremos saber  o que está ocorrendo, por exemplo, no Banco do Brasil e na Caixa Econômica, áreas do governo nas quais a imprensa vem levantando suspeitas e apontando a existência de corrupção. O que aconteceu na Casa da Moeda? Por que até agora não se colocou com clareza o que ocorreu no órgão?”, adiantou.

Vaz de Lima explica que as perguntas específicas sobre a condução da área econômica também serão intensas. De acordo com o tucano, essa será uma oportunidade para debater a razão de a política econômica petista ter levado o país à desindustrialização, as razões para o fraco crescimento do país em 2011 e ausência de investimentos em infraestrutura. Os cortes no orçamento de 2012 também deverão ser debatidos.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Alexssandro Loyola/ Áudio: Elyvio Blower)

Leia também:

Aliados ao Planalto sinalizam que não permitirão explicações sobre compra do Panamericano pela Caixa