Último lugar


Baixo crescimento do PIB revela política equivocada e ausência de reformas na economia, avaliam deputados

O baixo crescimento do PIB brasileiro em 2011 é resultado da política econômica equivocada adotada pelo governo petista, de acordo com parlamentares do PSDB. Na avaliação dos tucanos, a combinação de alta taxa de juros, carga tributária elevada e baixo investimento levou o país a amargar o último lugar na América do Sul, com uma expansão de 2,7% do PIB no ano passado. O percentual é o menor desde 2006. Para os congressistas, a ausência de reformas estruturantes na economia compromete o desempenho e a competitividade do país.

Economista, o deputado Marcus Pestana (MG) afirmou que, sem as transformações necessárias, o Brasil perde oportunidades. “Esse pequeno resultado nos colocando no último lugar da América do Sul demonstra que o Programa de Aceleração do Crescimento é muito mais discurso do que prática. O Brasil está se atrasando e perdendo oportunidades. O governo do PT não está fazendo o dever de casa. Por isso, o país não está crescendo no ritmo do resto do mundo”, declarou.

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O deputado Vaz de Lima (SP) apontou a falta de investimentos na infraestrutura nacional.  “O governo não está muito preocupando com a questão tributária da competitividade, do câmbio e da infraestrutura. Tudo isso gera o chamado custo Brasil. A taxa de juros é muito elevada. Basicamente, esse é o problema e vai continuar assim se essa política econômica não mudar”, analisou.

De acordo com os tucanos, o processo de desindustrialização é consequência desse cenário. “Vivemos uma combinação perversa entre a alta taxa de juros, uma carga tributária enorme, uma taxa de investimento insuficiente e gargalos na infraestrutura. Com essas condições todas, os produtos brasileiros têm uma desvantagem que tira o poder de competição da economia brasileira. Isso precisa mudar urgentemente”, apontou Pestana.

“A questão do baixo desempenho do PIB e a desindustrialização são duas faces de uma mesma moeda. O custo dos nossos produtos em relação aos de outros países é muito elevado. O que está faltando é agregar o valor da mão de obra nesses itens. Enquanto o Brasil não fizer isso, vamos ter problemas”, ressaltou.

Para César Colnago (ES), a política econômica adotada pela administração federal não tem rumo. “A economia cresceu apenas 2,7% no primeiro ano de mandato de Dilma Rousseff. Com a oficialização dos resultados, retomamos lugar entre os países que menos crescem no mundo” afirmou da tribuna. O deputado citou estudo do ex-ministro do Planejamento, Guilherme Dias, que atribui à taxa de câmbio e ao crescimento do PIB as causas determinantes do volume de importações. “Entre os fatores que atrapalharam o crescimento brasileiro está a fraqueza da indústria nacional”, disse.

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), considerou a expansão do PIB “medíocre”. “Sem reformas efetivas na estrutura produtiva, que o PT jamais ousou fazer, os limites para nosso crescimento estão se estreitando. Nestes nove anos de governo do PT, faltou ousadia para domar o câmbio, reduzir os juros e a tributação, melhorar a qualidade da política fiscal, retirar distorções do mercado de trabalho, diminuir custos e aperfeiçoar a infraestrutura logística. Estamos vivendo o espetáculo do crescimento às avessas, lamentavelmente”, afirmou em discurso nesta segunda-feira (19).

Pior desempenho

→ O Brasil teve o menor crescimento entre os países da América do Sul, com expansão de 2,7% do PIB. O resultado é menor que o da Venezuela (4,2%), do Chile (6%), da Argentina (8,8%) e do Equador (9%).

→ Pela primeira vez desde 2006, o desempenho econômico do país é inferior ao obtido por todos os seus vizinhos.

“Na era petista, o crescimento médio do PIB per capita do Brasil foi de 2,85%; no resto da América Latina, de 4,07%. No período Fernando Henrique, a situação era distinta. Numa época de economia conflagrada em todo o mundo, e principalmente entre os emergentes, o crescimento médio per capita brasileiro foi de 1% ao ano entre 1995 e 2002, enquanto no resto da América Latina alcançou apenas 0,4%”, analisou o Instituto Teotônio Vilela (ITV).

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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19 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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