Suspeitas contra petista


Francischini quer explicações da Anvisa sobre sindicância que isentou Agnelo Queiroz

O deputado Fernando Francischini (PR) pediu nesta quinta-feira (15) a convocação do diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, Dirceu Barbano, para explicar perante a Comissão de Fiscalização e Financeira e Controle o porquê da isenção do governador do DF, Agnelo Queiroz, em sindicância promovida pela Anvisa e a instauração de processo administrativo disciplinar contra cinco servidores do órgão.

A decisão de iniciar a investigação contra esses funcionários subalternos de eximir o ex-chefe, que já comandou a agência, só reforça a suspeição de tráfico de influência, segundo o parlamentar do PSDB. “É um ato desesperado para salvar o capo. Agnelo Queiroz, enquanto diretor do órgão, teve responsabilidade no trâmite”, afirmou o parlamentar. O deputado já solicitou cópia da Sindicância Administrativa à Anvisa e à Controladoria-Geral da União (CGU).

Notícias publicadas pela imprensa no fim do ano passado apontam  suposto esquema de beneficiamento da empresa Saúde Import, do qual Glauco Alves e Santos é sócio e pessoa bem próxima de Agnelo e também de sua família. Francischini chegou a apresentar documentos evidenciando que Glauco vendeu uma casa para o petista e fez negócios com familiares do hoje governador na mesma época em que foi liberada, pela Anvisa, a Autorização de Funcionamento de Empresas (AFE) à Saúde Import.

Hoje, reforçando estas suspeições, a mídia publica que a Operação Panaceia – realizada por uma força-tarefa integrada por Polícia Civil, Receita Estadual e Ministério Público de Minas Gerais – apreendeu uma agenda com registros de contabilidade da diretoria do laboratório Hipolabor. Os dados apontam supostos pagamentos ao petista em 2010, ano em que deixou a Anvisa para concorrer ao Palácio do Buriti. Francischini pediu, também nesta quinta, a instauração de procedimento administrativo para investigar se houve ou não favorecimento ao Hipolabor por Agnelo Queiroz à época em que ele era diretor da Anvisa.

A agenda obtida na operação, que contou com a colaboração de agentes da própria agência reguladora e do Ministério da Justiça, seria a primeira evidência documental já apresentada do suposto esquema de propina na autarquia. Os responsáveis pela investigação encaminharão à Procuradoria-geral da República (PGR) pedido de investigação para apurar se o governador do Distrito Federal recebeu dinheiro de um grupo farmacêutico acusado de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, formação de cartel e falsificação de medicamentos.

(Da assessoria, com alterações/ Foto: Diogo Xavier)

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15 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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