Sinais de fadiga


Troca de líderes e instabilidade na base aliada ao Planalto impedem votações, avalia Bruno Araújo

A incompetência do Planalto gera instabilidade na base aliada e inviabiliza as votações no Congresso, na avaliação do líder do PSDB na Câmara, Bruno Araújo (PE). O tucano se refere às trocas nas lideranças do governo na Câmara e no Senado promovidas pela presidente Dilma ontem (12) e hoje (13). O deputado Arlindo Chinaglia (PT-SP) substitui Cândido Vaccarezza (PT-SP). No Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM) assumiu o posto de Romero Jucá (PMDB-RR). Os parlamentares terão a função de articuladores políticos do Executivo.

Antes do anúncio do nome de Chinaglia, a reunião de líderes partidários marcada para a tarde desta terça-feira foi cancelada devido à ausência de um representante do governo. O encontro tinha o objetivo de definir a pauta do plenário para esta semana, mas todas as votações do dia foram adiadas. Há a possibilidade da Lei Geral da Copa (PL 2330/11) ser analisada quarta-feira. “Não há qualquer ambiente para votação hoje. É uma demonstração clara da incompetência do Executivo na gestão política de sua base. O Planalto dá sinais claros de fadiga na base de coalizão muito cedo. A presidente não chegou nem à metade de seu mandato”, criticou Araújo.

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O líder tucano considerou “deselegante” a maneira como Dilma dispensou os dois parlamentares da liderança. Segundo Araújo, a situação “assusta” os aliados da presidente. “É um tratamento descortês da presidente com aqueles que serviram a ela. Isso repercute muito mal. Não só para a base aliada, mas para o Brasil como um todo”, avaliou.

Da tribuna, Araújo destacou a dificuldade dos líderes do governo diante da intransigência da petista. “Sabemos da dificuldade que é, por intransigência do Palácio do Planalto, ter que fazer as discussões mais longas, varando noites e semanas por não se ceder a um entendimento nascido na casa da democracia. É preciso dizer da missão difícil que é representar uma presidente que demonstra de forma pública o temperamento que tem e toma decisões sem olhar nos olhos do seu líder, por meio de assessores para comunicar o plenário”, afirmou. O parlamentar cumprimentou Vaccarezza e Chinaglia por seus trabalhos como líderes e desejou boa sorte aos petistas.

Tensão nas relações entre governo e aliados

→ Em virtude da crise na base aliada, a presidente Dilma mandou paralisar as votações mais polêmicas, como o Código Florestal. O objetivo da petista é tentar evitar novas derrotas no Congresso, a exemplo da rejeição do Senado à indicação de Bernardo Figueiredo para a diretoria-geral da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

→ Na Câmara, mais de 50% dos deputados do PMDB assinaram manifesto no qual se dizem excluídos das decisões políticas do governo federal.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Beto Oliveira/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower/ Vídeo: Hélio Ricardo)

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13 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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