Crise econômica


Para deputados, política industrial do Planalto provoca desemprego e enfraquece setor

Os efeitos da desindustrialização chegaram a trabalhadores e empresários, que organizam uma grande manifestação para 4 de abril, em São Paulo, por melhores condições. O ato é uma resposta ao enfraquecimento da indústria nacional, que não vê enfrentamento por parte do governo. Na opinião dos deputados Jutahy Junior (BA) e Valdivino de Oliveira (GO), a atual situação do setor é resultado das altas taxas de juros e de uma política cambial equivocada da gestão petista.

Para Jutahy, as causas do problema são conhecidas, mas falta ação do Planalto. “Temos uma situação em que o Real está muito valorizado e há uma questão tributária muito injusta. Temos ainda impostos elevadíssimos cobrados de forma errada. A infraestrutura também prejudica a competitividade, assim como um problema grave  nos portos aeroportos, estradas, chamado de Custo Brasil. Isso gera perda de empregos”, concluiu.

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De acordo com Valdivino, a política do PT de valorizar o Real e seguir as regras impostas por países desenvolvidos, provocando um guerra cambial, fará o Brasil perder o status de futura potência econômica mundial.

Ele afirma que o governo precisa fazer investimentos e valorizar o produto industrial. Caso contrário, a conta vai sobrar para o trabalhador. “Acaba por gerar uma quantidade enorme de desempregados e a indústria é uma grande empregadora do país. No momento em que passamos por esse processo, estamos colocando na rua milhares e milhares de pais de família que poderiam ter essa oportunidade”, disse.

Em discurso nesta terça-feira (13), Vanderlei Macris (SP) destacou a reunião convocada pelas centrais sindicais, sindicatos patronais e de trabalhadores para o dia 4 de abril. “O movimento representa um grito de alerta contra a desindustrialização que há hoje no país. O alerta é que há anos o setor industrial sofre com a invasão dos produtos importados, que reduz drasticamente a participação da indústria no Produto Interno Bruto”, completou.

Em 2011, economia brasileira cresceu 2,7% em relação ao ano anterior, sendo que a indústria foi a área com o pior desempenho: alta de 0,3%. O setor de transformação, que gera bens de consumo a partir de matéria-prima, representou apenas 14,6% do total do PIB, nível tão baixo quanto o de anos anteriores ao governo Juscelino Kubitschek.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os poucos avanços para aumentar a competitividade, a permanência de taxa de juros elevadas e o baixo crescimento da produtividade limitam o poder de competição dos produtos brasileiros porque elevam o custo de produzir no Brasil. Sem alteração substantiva desse quadro, dificilmente a evolução do PIB apresentará mudança significativa em relação à situação atual, prevê a entidade.

(Reportagem: Artur Filho/ Fotos: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

 

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13 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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