Demissões em série


Troca no Ministério do Desenvolvimento Agrário comprova incompetência na gestão do setor

Deputados do PSDB consideraram a demissão de Afonso Florence do comando do Ministério do Desenvolvimento Agrário como sinônimo de incompetência à frente da pasta. Para os tucanos, a saída do 12º ministro da presidente Dilma em pouco mais de um ano de governo reflete a má formação de sua equipe, marcada por denúncias de corrupção e problemas de gestão. O ex-titular deixou o cargo após amargar o pior desempenho da reforma agrária no país desde 1995, de acordo com números do Incra. Pouco mais de 22 mil famílias foram assentadas em todo Brasil em 2011.

Pelo Twitter, o presidente nacional do partido, Sérgio Guerra (PE), destacou que em 15 meses praticamente um terço dos ministros foram trocados. “E isso nada tem a ver com coalizão de governo, apesar do aparelhamento de cargos públicos. Com pouco mais de um ano, essa administração corre o risco de bater vários recordes: o da roubalheira e o da falta de competência”, apontou.

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Para Dudimar Paxiuba (PA), a demissão de Florence soa como prova de que o governo do PT não tem funcionado. “Isso já era previsto, pois a questão agrária no país não avança e os problemas fundiários estão cada vez mais complicados. Enquanto isso, o governo não demonstra ter capacidade para resolver esse grande impasse”, disse.

Na avaliação do parlamentar, a morosidade no setor corre risco de continuar. O novo ministro, o petista Pepe Vargas (RS), é médico e, segundo Dudimar, tem poucos conhecimentos da área, assim como o antecessor. “Parece que o governo quer brincar, pois acaba de demitir uma pessoa por incompetência e nomeia outra na mesma situação. Se já estava ruim, a tendência é que fique pior, pois trocaram seis por meia dúzia”, criticou.

Em alguns estados, o programa de reforma agrária praticamente não saiu da teoria no ano passado. É o caso de Pernambuco, onde o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) contabiliza quase 15 mil famílias acampadas à espera de um lote e apenas 102 assentadas. Segundo Domingos Sávio (MG), para um partido que sempre se disse comprometido com a reforma, o resultado foi pífio.

“O que vemos na prática é um governo que alimenta os conflitos por terra, mas não os resolve por falta de competência”, comentou, ao destacar que a escolha de um ministro deve levar em conta não só o alinhamento político com o Planalto, mas também conhecimentos técnicos. Segundo ele, o troca-troca de ministros é resultado do aparelhamento promovido nas gestões de Lula e Dilma.

Brasil sem Miséria

→ O Ministério do Desenvolvimento Agrário também é responsável por boa parte das ações de um dos principais programas do governo Dilma, o Brasil sem Miséria.

Antes de Afonso Florence, outros 12 ministros deixaram o governo. Houve mudanças em sete pastas por denúncias de corrupção ou alguma suspeita: Casa Civil, Transportes, Agricultura, Turismo, Esporte, Trabalho e Cidades.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Alexssandro Loyola e Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

 

 

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12 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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