Desaceleração


Kaefer cobra política de governo para frear retrocesso da indústria brasileira

A ausência de uma política industrial foi apontada pelo deputado Alfredo Kaefer (PR) como fator principal para o retrocesso do setor no Brasil, sobretudo na área de transformação, que representou 14,6% do PIB em 2011. De acordo com a “Folha de S. Paulo”, esse é o menor patamar desde 1956. O tucano culpa o governo por não adotar medidas capazes de tornar os produtos nacionais mais competitivos diante da larga entrada de importados a preços menores.

“São políticas totalmente inadequadas que fazem nossa indústria regredir a patamares dos anos 50 e termos um PIB tão acanhado e com crescimento inferior a todos os países emergentes”, lamentou o parlamentar. Conforme lembrou, o IBGE divulgou nesta semana os números do crescimento da nação em 2011. A economia cresceu 2,7% em relação ao ano anterior, sendo que a indústria foi a área que teve o pior desempenho: alta de 0,3%.

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O segmento de transformação, responsável por tornar matéria-prima em bens de consumo atingiu um nível tão baixo quanto o de anos anteriores ao governo Juscelino Kubitschek, que impulsionou a industrialização. Na avaliação de Kaefer, falta ao Executivo federal formular ações adequadas, que vão desde a utilização correta de mecanismos como Banco Nacional do Desenvolvimento Sustentável (BNDES), até a redução de juros.  Para Kaefer, o banco de fomento tem atendido a interesses de grandes empresas, enquanto pequenos negócios continuam sem amparo.

Para o deputado, uma diminuição nas taxas influenciaria um câmbio mais favorável aos exportadores brasileiros e refrearia as importações. “Temos um câmbio que aleija e uma carga tributária que mata e ainda continuamos com os juros mais altos do mundo”, criticou. Em sua avaliação, não há coragem da equipe econômica para enfrentar uma situação cambial devastadora para o mercado exportador.

Segundo a Confederação Nacional da Indústria (CNI), os poucos avanços para aumentar a competitividade, a permanência de taxa de juros elevadas e o baixo crescimento da produtividade limitam o poder de competição dos produtos brasileiros porque elevam o custo de produzir no Brasil. Sem alteração substantiva desse quadro, dificilmente a evolução do PIB apresentará mudança significativa em relação à situação atual, prevê a entidade. A indústria foi o único componente do PIB que recuou (0,5%) no quarto trimestre de 2011.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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9 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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