Caos nos hospitais


Índices alarmantes na saúde pública evidenciam baixo investimento e má gestão

Para deputados do PSDB, o corte no orçamento da saúde e o veto da presidente Dilma aos recursos previstos na regulamentação da emenda 29 são reflexos da irresponsabilidade petista com o setor. O Índice de Desempenho do SUS (IDSUS), lançado na quinta-feira (1º) pelo Ministério da Saúde, mostra que apenas 6,2% dos municípios do país têm atendimento de boa qualidade em hospitais públicos. O levantamento constata mais um blefe do ex-presidente Lula, para quem o sistema estava perto da perfeição.

A pesquisa levou em consideração 24 indicadores, que vão desde a atenção básica até os procedimentos de alta complexidade. Em 73,1% dos municípios os serviços foram considerados razoáveis e 20,7% deles foram reprovados. A nota média nacional ficou em 5,47.

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“Os índices são alarmantes, mas infelizmente isso não é novidade, sobretudo na região Norte, onde vemos a cada dia pessoas morrendo nas filas sem atendimento e sem profissionais”, lamentou Wandenkolk Gonçalves (PA), vice-líder tucano. As regiões Norte e Nordeste apresentaram os piores resultados. Das mais de 5,5 mil cidades brasileiras, 347 tiraram nota acima de sete numa escala de zero a dez. Dentre elas, 345 estão no Sul e no Sudeste e, juntas, reúnem 1,9% da população do país.

Para o deputado, o pífio resultado tem origem na falta de compromisso e priorização dos serviços de saúde pelo Planalto. O Pará, estado do tucano, apresentou o pior desempenho. Wandenkolk explica que o resultado é espantoso, já que a unidade era governada pelo PT no período de coleta dos dados. Nem mesmo a aliança com o Executivo federal foi capaz de despertar a atenção para os problemas locais.

Apesar das evidências de completo caos na saúde, o ex-presidente Lula insistia em afirmar que os atendimentos do setor beiravam a perfeição. “Essa foi mais uma bravata. Lula acumulou várias delas”, apontou Wandenkolk.

Na avaliação de Raimundo Gomes de Matos (CE), a gestão federal não consegue dar exemplo de boa administração em nenhuma área e na saúde não é diferente. “A gente observa que a má qualidade do SUS é por causa do mau gerenciamento. A má gestão é o grande problema.”

O parlamentar ressaltou a importância da campanha da fraternidade desenvolvida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), que neste ano destaca os desafios da saúde pública. “O tema é abordado em boa hora, pois é preciso fazer com que tenhamos mais investimentos, qualificação e transparência nas ações. O fato é que hoje morrem milhões e milhões de brasileiros por falta de atenção a esse setor.”

O deputado, que é médico, acredita ser necessário adotar uma política de recursos humanos, um piso salarial para agentes de saúde e endemia, além de mais verbas. “A presidente Dilma está na contramão da saúde e engana a sociedade, pois, enquanto candidata, disse que investiria mais e melhoraria o setor. Em uma canetada só ela apunhalou o SUS duas vezes”, criticou, ao destacar o veto a pontos da regulamentação da emenda 29 e o corte no orçamento de R$ 5,4 bilhões.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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2 março, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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