Serviço precário


Walter Feldman quer explicações sobre preços altos e baixa qualidade da banda larga

Apesar das críticas à privatização da telefonia no Brasil, o governo do PT nunca trabalhou para aperfeiçoar o sistema, na avaliação do deputado Walter Feldman (SP). Em artigo publicado no jornal “Folha de S.Paulo” nessa quarta-feira (22), ele questionou o Executivo federal pela péssima qualidade do serviço de internet banda larga oferecido pelas empresas. Preços altos, rede lenta, quedas e instabilidade constante são alguns dos problemas enfrentados pelo cidadão.

Feldman lembra que havia no contrato uma cláusula para que o contrato fosse revisto 10 anos depois. As operadoras devolveriam os prédios públicos que ocupavam e haveria um salto tecnológico. Segundo Feldman, o governo não fez nada para melhorar o setor. “O tratamento que o PT deu à privatização 10 anos depois foi o pior possível. Nenhum governo envolvido com a seriedade poderia ter feito o que fizeram”, afirmou.

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O tucano critica ainda o papel dado à Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) que deveria fiscalizar, supervisionar e acompanhar o tratamento dado aos consumidores. Segundo o parlamentar, a administração petista não entendeu a finalidade do órgão. “Mais um problema que mostra como o PT não compreendeu o modelo inovador e revolucionário que foi feito no período de Fernando Henrique”, disse.

Feldman destaca que a finalidade da Anatel foi invertida e atualmente a instituição defende as empresas de telefonia, não os consumidores, dificultando a universalização do acesso. O tucano vai solicitar, por meio da bancada do PSDB, a ida do presidente da agência à Câmara. Ele sugeriu ainda que os procuradores da República ajudem os parlamentares a cobrar qualidade no serviço das empresas.

Estudo divulgado pela União Internacional de Telecomunicações (UIT), órgão ligado à Organização das Nações Unidas (ONU) revela que o Brasil tem a tarifa de celular mais cara do mundo. O ranking indica que o brasileiro paga, em média, US$ 57,10 (R$ 97,60) por um pacote com 30 ligações e 100 mensagens SMS. Enquanto isso, os suíços pagam US$ 57 e, os japoneses, US$ 55,90.

O levantamento da ONU mostra que o gasto com celular atinge, em média, 8,5% da renda do brasileiro. A alta carga tributária e a falta de infraestrutura aumentam os custos para o usuário. Até 42% do custo final da tarifa pode ser composto por impostos.

(Reportagem: Artur Filho/ Foto: Elton Bomfim/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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23 fevereiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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