Contradições petistas

Jutahy afirma que greve de policiais é consequência de ações incentivadas pelo PT no passado

O deputado Jutahy Junior (BA) destacou nesta quarta-feira (15) o resultado negativo da greve dos militares na Bahia. Ele atribui as consequências ao Partido dos Trabalhadores, que comanda o estado com o governador Jaques Wagner. Na avaliação do deputado, as contradições petistas geraram insatisfação por parte dos profissionais, que lutavam por melhorias salariais. Como recorda, na oposição, o PT incitou policiais baianos a fazerem paralisações. No governo federal, condenou o movimento e tentou politizá-lo.

Balanço preliminar da Secretaria de Segurança Pública da Bahia aponta que, no período da greve da Polícia Militar, entre 31 de janeiro e 11 de fevereiro, ocorreram 180 homicídios na região metropolitana de Salvador. A média de 15 assassinatos por dia é mais que o dobro da registrada nas semanas anteriores à paralisação. Dessa forma, fevereiro já é o mês mais violento já registrado na área – embora faltem 15 dias para o seu término.

“A greve, que felizmente foi encerrada, ameaça ser seguida pelos policiais e bombeiros em outros estados. O PT colhe o que plantou”, apontou Jutahy. Apesar de considerar as reivindicações salariais e por melhoria de condições de trabalho legítimas, o tucano afirma que a Constituição proíbe a categoria a sindicalização e a greve, assim como a filiação partidária enquanto em serviço ativo.

No discurso no plenário, Jutahy mencionou artigo do ex-governador de São Paulo José Serra sobre a greve na Bahia. No texto, Serra é categórico: “Se o adversário cumpre a lei, é acusado de criminalizar os movimentos sociais; quando um deles cumpre a mesma lei, são eles a criminalizar. Assim os PMs da Bahia em greve, governada pelo PT, são chamados de bandidos.”

O deputado defende a regulamentação do piso salarial para policiais – civil e militar – e bombeiros. Tramita na Câmara uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC 300) que cria o piso. Ela está pronta para ser votada pelo plenário.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Gustavo Lima/Agência Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)