Ameaça à saúde


Devolução de lixo hospitalar importado dos EUA reforça soberania do Brasil

Integrante da comissão representativa da Câmara criada para acompanhar o caso de importação de lixo hospitalar dos Estados Unidos, o deputado João Campos (GO) esteve no porto de Suape, em Pernambuco, para a devolução do material no último sábado (21). O tucano acredita que os órgãos competentes fizeram um trabalho exemplar e demonstraram que o Brasil não aceita o descumprimento de leis.

As 46 toneladas de lixo hospitalar vindas dos EUA seguiram em um navio para o porto de Charleston, na Carolina do Sul. O material foi apreendido em Suape em outubro do ano passado. A Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária determinou ainda a incineração de 50 toneladas de lixo importado que se encontravam no depósito da empresa Império do Forro de Bolso, em Santa Cruz do Capibaribe, onde estava sendo comercializado.

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De acordo com João Campos, o contato com o material importado poderia colocar em risco a saúde da população.  “Tudo isso serviu para mostrar nossa repulsa e indignação e também para mostrar que o Brasil tem leis e não aceita comportamentos que transgridam nossas regras. É um país que se faz respeitar”, disse.

O esquema de importação de lixo hospitalar foi descoberto após a Receita Federal interceptar, entre os dias 11 e 13 de outubro, no porto de Suape, dois contêineres carregados com lençóis, fronhas e toalhas usados em hospitais dos EUA. Junto com tecidos manchados de sangue havia seringas, máscaras cirúrgicas e drenos usados. No dia 14, reportagem do jornal “Folha de S.Paulo” encontrou lençóis semelhantes, manchados e com marcas de hospitais americanos, à venda em uma loja da Império do Forro de Bolso. A Vigilância Sanitária interditou o local. Dias depois, outros dois galpões da confecção foram fechados.

O parlamentar destacou que o lixo poderia ter sido totalmente incinerado em território brasileiro, mas a decisão de devolvê-lo ao país de origem, tomada pela comissão da Câmara em negociação com o Itamaraty, reforçou a ideia de que o país não aceitará situação semelhante. “Foi um trabalho exitoso na defesa de nossa soberania, da saúde pública e do respeito às normas brasileiras”, afirmou, ao destacar a atuação de órgãos como a Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa e Ibama.

O dono da empresa afirmou que o lixo hospitalar foi enviado por engano. Segundo ele, a empresa teria encomendado tecido de algodão com defeito para a fabricação de forros de bolso. Para João Campos, as explicações não convenceram. “Esse empresário agiu com absoluta irresponsabilidade. A empresa foi autuada, a transportadora também. Nesse caso, o governo cumpriu seu papel”, disse.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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23 janeiro, 2012 Últimas notícias Sem commentários »

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