“Marolinha” forte


Tucanos acreditam que recuperação da economia será lenta nos próximos meses

Os deputados Vaz de Lima (SP) e Valdivino de Oliveira (GO) demonstraram preocupação nesta quinta-feira (15) com os últimos números divulgados pelo Banco Central. Segundo a instituição, em outubro a economia encolheu pelo terceiro mês seguido e os primeiros sinais de novembro são de recuperação lenta. Em outubro, o índice que tenta prever o comportamento do PIB caiu 0,32%. Com isso, aumentou a aposta entre os especialistas de que o quarto trimestre do ano também será fraco, repetindo o ritmo do anterior.

Para os deputados, a retração é resultado de dois fatores principais: a crise nos mercados europeus e norte-americano e a política equivocada adotada pelo governo federal para o setor. De acordo com os parlamentares, o Brasil, apesar de se encontrar em situação melhor que outras nações, não tem preparo para lidar com os problemas atuais, como prega o Planalto. O motivo seria a adoção de políticas fiscal e cambial que prejudicam suas próprias finanças.

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“O país deveria ter uma política econômica que pudesse revigorar nossa economia em momentos como esse. No entanto, o governo usa uma política fiscal de retração e tem deixado de fazer os investimentos previstos no Orçamento, buscando alcançar um superávit alto. Isso faz com que haja mais dificuldade de sair desse ciclo negativo”, avaliou Valdivino. Para o tucano, é necessário praticar a redução dos tributos e investir mais para que haja uma recuperação do setor. A desindustrialização também é lembrada por ele como prejudicial.

Vaz de Lima lembra que o ex-presidente Lula “brincou com a crise de 2008 dizendo que não passava de uma marolinha”.  “Poderia ter aproveitado aquele momento para fortalecer o Brasil, fazendo ajustes necessários e apontando melhores caminhos. O que vimos foi a farra do boi: aumentaram demais o crédito e trataram o câmbio e os juros de maneira incorreta”, lamentou.

Na visão do deputado, faltou pensar em saídas para uma eventual crise, que já afeta todo o mundo. “Ainda vamos passar momentos difíceis e espero que encontrem solução para que a situação não piore, pois, da forma como o governo está agindo, teremos ainda mais dificuldades”, pontuou.

Crescimento medíocre

A gestora Quest Investimentos reduziu a projeção de expansão nos últimos três meses do ano para 0,2%. “É um crescimento bem medíocre, depois de uma estagnação. O país deve crescer 2,7% em 2011”, diz Fabio Ramos, da Quest.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) prevê que a economia terá uma pequena aceleração em 2012, sustentada pelo consumo doméstico, mas destaca que o nível de investimento no país ainda é insuficiente para garantir o crescimento de 5% projetado pelo governo. A entidade prevê crescimento de 3% no ano que vem, após uma alta de 2,8% em 2011.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Paula Sholl e Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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15 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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