Coletiva de imprensa


Duarte Nogueira avalia que política baseada no fisiologismo paralisou governo federal

No balanço apresentado à imprensa nesta quinta-feira (15) sobre o primeiro ano do governo Dilma, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), destacou as ações prometidas pela presidente Dilma, mas não cumpridas, apontou os escândalos de corrupção que paralisaram a máquina pública e reforçou o esforço da bancada tucana ao longo de 2011 na defesa da ética e na busca por melhorias para a qualidade de vida da sociedade. Os assuntos foram abordados em entrevista concedida pelo parlamentar. Em entrevista, ele afirma que, na gestão Lula, houve consolidação desse sistema de relação com o Congresso, baseado no fisiologismo. “A presidente Dilma é beneficiária e prisioneira desse modelo”, criticou.

Como foi a atuação do PSDB e da oposição ao longo deste ano? O que mudou na gestão de Dilma em relação ao governo Lula?

A oposição tem o papel de mostrar que nem tudo são rosas, como tenta passar o governo em suas propagandas institucionais. Mas não tivemos nenhum tipo de atitude irresponsável. Não inviabilizamos a votação de nenhum projeto importante para o país. Na gestão Lula houve uma consolidação desse sistema de relação com o Congresso que já se esgotou, baseada no fisiologismo. É somente o “toma lá dá cá”. A presidente Dilma é beneficiária disso e prisioneira desse modelo.

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O próprio governo deu as deixas para que a oposição trabalhasse este ano. As denúncias de corrupção envolvendo ministros foram a grande marca de 2011?

O ano começou com a presidente falando de reformas e combate implacável à corrupção, mas o que se viu foi exatamente o contrário: sete ministros caíram, sendo seis por irregularidades, e agora mais dois estão na mira da própria sociedade em relação a suas condutas. Enquanto isso, do ponto de vista das obras e ações, não houve praticamente nada. O que se nota é uma administração bem parada e o maior desafio de Dilma é enxugar a máquina, qualificar e botar para funcionar.

O PSDB continua acompanhando os desdobramentos em relação aos ministros que já deixaram o governo por causa de denúncias de corrupção?

Todas as representações e requerimentos que apresentamos no Congresso ou nos órgãos de fiscalização estão sendo acompanhados, mesmo diante da dificuldade que temos por causa do enorme volume de irregularidades, que torna até difícil o monitoramento. O importante não é só o ministro ser afastado, é preciso verificar o dano causado, punir exemplarmente e cobrar aos cofres públicos o ressarcimento do que foi desviado.

A sucessão de denúncias envolvendo os membros do Executivo prejudicou as agendas do Congresso e do governo?

Esse ano foi de menor produção para o próprio Planalto. O nível de eficiência da aplicação dos investimentos reduziu-se muito. O PAC paralisou-se e o que vimos foi o aumento do custo da máquina, que cresceu 12%, enquanto o PIB subiu 3%. O cidadão paga seus impostos sem ver os resultados lá na ponta, como novas estradas, hospitais e segurança. O Legislativo aprovou várias matérias, porém poderíamos ter avançado ainda mais.

Quais as matérias que o PSDB mais empenhou força e quais deram mais trabalho para a oposição em 2011?

As que nos deram mais trabalho foram as que mais nos dedicamos para modificar. Exemplo disso foi a questão do aumento do salário mínimo, desconto da tabela do IR, tentativa de conter a recriação da DRU e ao mesmo tempo de impedir que o Regime Diferenciado de Contratações (RDC), uma espécie de burla da Lei de Licitações, fosse aprovado. Mas como a base aliada tem uma maioria muito grande, conseguiu nos vencer depois de muitas tentativas e muita insistência nossa. A verdade é que o governo não se esforçou para aprovar o mais fundamental, que eram as reformas política e tributária. No começo do ano vamos trabalhar matérias bastante importantes, como o Fundo da Previdência Complementar do Servidor Público Federal, o Código Florestal e o Plano Nacional de Educação, que não foram concluídos em 2011.

(Da Redação/ Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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15 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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