Relação promíscua


Tucanos cobram ações contra responsáveis por dossiê falso e “Lista de Furnas”

Deputados cobraram ações contra os envolvidos em denúncia de “Veja” sobre a falsificação pelo PT de documentos com o intuito de denegrir adversários e enganar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do mensalão. A revista revela o conteúdo de gravações telefônicas realizadas pela Polícia Federal (PF) que comprovariam a fraude. Deputados do PSDB, como Eduardo Azeredo (MG), que denunciou as irregularidades em 2009, foram alvo do grupo criminoso. Com o apoio da cúpula nacional, a legenda se aliou em Minas Gerais ao estelionatário Nilton Monteiro, preso em outubro.

Escutas feitas pela PF mostram como o partido de Lula e o falsário atuaram diretamente na confecção da Lista de Furnas, documento falso que acusava políticos da oposição de desvios em estatais no ano de 2002. As acusações foram produzidas em meio às investigações do mensalão com objetivo de indicar que a corrupção se tratava de um problema generalizado.

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Segundo a revista, em uma das gravações, o estelionatário conversa com Simeão de Oliveira, assessor do deputado estadual Rogério Correia (PT-MG), sobre a falsificação de assinaturas de políticos para dar autenticidade à lista. Em troca, Monteiro teria negócios com estatais. De acordo com Azeredo, os petistas se movimentaram para distorcer os fatos que abalavam o país naquele momento.

“O PSDB-MG e a oposição como um todo estão se mobilizando para cobrar punições, pois as denúncias são comprovadas por gravações telefônicas, o que deixa clara a relação promíscua entre o petista e um falsário já preso”, avisou o tucano, que foi acusado de fazer caixa dois na campanha para reeleição ao governo do estado.

O parlamentar cobra medidas contra Correia e afirma que o deputado não pode permanecer no cargo.  “Esperamos que o Ministério Público aja. Não é possível que tenhamos um deputado com esse tipo de comportamento, que só gera indignação”, cobrou. O tucano afirmou que irá unir as novas provas ao processo que corre no STF referente ao caso.

Vaz de Lima (SP) também cobrou uma ação dos órgãos competentes no sentido de punir os fraudadores e lembrou que o PSDB tem denunciado diversos esquemas semelhantes ao longo dos últimos nove anos.  “Não é essa a democracia pela qual eu lutei. Infelizmente é um grande mau exemplo que o PT está dando para a vida democrática do país. Não é esse o país que queremos”, disse.

Histórico de dossiês forjados

A lista de documentos forjados e a montagem de falsos dossiês pelo PT para incriminar e prejudicar adversários políticos, especialmente do PSDB e DEM, é longa. Confira:

Em 2002, um grupo clandestino formado no comitê da campanha presidencial de Lula foi destacado para difundir denúncias, verdadeiras ou não, que constrangessem os demais candidatos. Entre os envolvidos estavam Ricardo Berzoini, que se tornou ministro da Previdência no ano seguinte, e Osvaldo Bargas, amigo e auxiliar de Lula.

Em 2006, com a participação da atual ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e de Sérgio Rosa, ex-presidente da Previ, o fundo de pensões do Banco do Brasil produziu dossiê com supostos negócios fraudulentos envolvendo parlamentares da oposição para tentar vinculá-los a desvios de recursos num ano eleitoral.

No mesmo ano, militantes petistas foram presos tentando comprar um dossiê com informações falsas contra José Serra, que liderava a disputa pelo governo de São Paulo. Frreud Gooy, então assessor especial de Lula, e o atual ministro da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante, são acusados de participar do esquema.

Em 2008, funcionários da Presidência forjaram documentos sobre gastos com cartões corporativos realizados por Fernando Henrique Cardoso e Ruth Cardoso. Erenice Guerra, braço direito de Dilma na Casa Civil à época é apontada como mentora do esquema.

Em 2010, sob possível comando do atual ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, foi produzido dossiê a partir da violação do sigilo fiscal de dirigentes tucanos, como Eduardo Jorge, para prejudicar a campanha de José Serra.

(Reportagem Djan Moreno com informações de “Veja”/ Fotos: /Ag. Câmara e Paula Sholl Áudio: Elyvio Blower).

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12 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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