Biografia


Homenageado foi um homem de múltiplas atividades e virtudes

Escritor e professor, radialista e jornalista, político e amante da música erudita. Essas raras características e atividades conjuntas definem Artur da Távola, formado em direito pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. Nascido em 1936, Távola, pseudônimo de Paulo Roberto Monteiro de Barros, defendeu implacavelmente a democracia, motivo pelo qual foi obrigado no período obscuro da ditadura a se exilar na Bolívia e no Chile entre 1964 e 1968. Adotou o nome fictício exatamente no retorno ao Brasil.

Dono de um currículo invejável, iniciou a carreira política em 1960, no extinto estado da Guanabara, eleito deputado estadual Constituinte. Dois anos depois se elegeu deputado estadual – mas foi cassado pela Ditadura logo no Ato Institucional nº 2, em 1964. Voltou à vida pública nos anos de 1980, como deputado federal constituinte pelo PSDB, partido que ajudou a criar. Em 1994, foi eleito líder da bancada na Câmara.

Como tucano, exerceu mandatos de deputado federal até 1995 e de senador (1995-2003), além de ter presidido a legenda de 1995 a 1997. Era amigo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e de outros notórios da agremiação. Como liderança política, soube articular e negociar com exímio talento. Entre 2001 e 2003, foi líder do governo no Senado.

Távola idealizou e apresentou por oito anos o programa “Quem tem medo da música clássica”, da TV Senado. Ligado ao rádio, aproveitou seu mandato na casa revisora e elaborou o projeto de lei de 1999 que instituiu o Museu do Rádio. O objetivo era contar a história e a influência do veículo no Brasil, por meio da utilização de arquivos e gravações originais dos anos 40 e 50.

Como jornalista, escreveu biografias e textos de ficção. Desempenhou a função de colunista dos jornais “O Globo” e “O Dia”. Editou revistas da Bloch Editores e escrevia para a revista Amiga, especializada em televisão.

Em 9 de maio de 2008, Artur da Távola morreu aos 72 anos. Mas, como diria Getúlio Vargas, entrou para a história como uma referência de ética e de defesa pela democracia e pela cultura. Ele sofria de problemas cardíacos desde agosto de 2007, quando esteve internado por longo período.

(Da redação / Foto: Agência Senado)

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12 dezembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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