Regras desmoralizadas

Ruy Carneiro afirma que desrespeito à Lei Seca contribui para violência no trânsito

O deputado Ruy Carneiro (PB) acredita que a Lei Seca não funciona na prática. Para o tucano, o aumento da violência no trânsito é alarmante. Criada para reduzir os acidentes causados pelo consumo excessivo de bebida, a legislação funcionou no primeiro momento, “quando havia a interpretação de que o bafômetro era obrigatório”.

“No Brasil, as fiscalizações já nascem desmoralizadas a partir do instante em que o cidadão se recusa a fazer o exame de sangue e o teste”, lamenta. O tucano defende mudança na regra atual. “Se a lei não for alterada, vamos conviver com índices cada vez mais crescentes”, pondera. “Hoje, mais de 40 mil pessoas morrem no trânsito, sendo que 40% a 50% dos acidentes têm o envolvimento do álcool”, afirma.

Carneiro ressalta que, a cada 13 minutos, pelo menos uma fatalidade é registrada. O índice, segundo ele, é o maior do mundo. “É preocupante para todos, pois ninguém sabe quem será a próxima vítima”.

O parlamentar tem alertado constantemente para o cenário assustador, que ameaça a vida de milhares de brasileiros. Ele apresentou projeto de lei que estabelece como homicídio doloso a prática de dirigir embriagado ou sob influência de entorpecentes. Ele pede a inclusão da proposta na pauta de votações o mais rápido possível. Outras propostas de tucanos reforçam o compromisso do partido para combater o problema.

Números assustadores

→ A cada 13 minutos morre um brasileiro em acidente de trânsito. E a cada sete ocorre um atropelamento. Aproximadamente 50 mil brasileiros perdem a vida por ano e outros 350 mil ficam feridos, 60% destes com lesões permanentes. Do número de obituários, 44% foram por atropelamento e 41% estão na faixa etária entre 15 e 34 anos. Mais de 700 mil pessoas morreram em acidentes do trânsito de 1960 a 2000 no país.

→ Em João Pessoa (PB), o deputado fez uma parceria com a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e com a Associação das Famílias Vítimas de Acidentes de Trânsito para formar o primeiro movimento nacional da luta contra esse tipo de violência.

(Reportagem: Laize Andrade / Foto: Paula Sholl / Áudio: Francisco Maia e Hélio Ricardo)