Recorde vergonhoso


Orlando Silva se torna o sexto ministro a deixar governo Dilma em intervalo de apenas cinco meses

Menos de uma semana após se autointitular “indestrutível”, Orlando Silva não resistiu à avalanche de denúncias de desvio de dinheiro público que pesam contra sua gestão no Esporte. No final da tarde desta quarta-feira (26), ele se torna o sexto ministro a cair em um intervalo de somente cinco meses.  A informação da saída foi dada pelo secretário-geral da Presidência, Gilberto Carvalho.

“Nunca antes na história deste país” tantos auxiliares de primeiro escalão deixaram a Esplanada em tão pouco tempo como no governo Dilma Rousseff. Ela é a responsável direta pelas nomeações, apesar da influência negativa do ex-presidente Lula na montagem da equipe.

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Pior é o motivo para as baixas: cinco dos seis não sobreviveram às acusações de má gestão, corrupção e/ou suspeitas inexplicadas. Agora, o comunista completa o “time” formado por Antonio Palocci (Casa Civil) – o primeiro a cair, em junho, Alfredo Nascimento (Transportes), Wagner Rossi (Agricultura) e Pedro Novais (Turismo). Já Nelson Jobim (Defesa) saiu por divergências com o Planalto.

As irregularidades no Ministério do Esporte tinham sido reveladas pela imprensa em um passado recente. Em fevereiro, por exemplo, o PSDB pediu ao MP a análise de convênios do programa Segundo Tempo. Mas a reportagem publicada no dia 15 pela “Veja” agravou a situação do comunista, que deveria liderar a preparação do país para a Copa e as Olimpíadas.

Em entrevista à revista, um ex-militante do PCdoB o acusa de ter montado suposto esquema de corrupção no órgão, que pode ter desviado R$ 40 milhões nos últimos oito anos. Nos dias seguintes, jornais e revistas publicaram uma sequência de denúncias de desmandos na pasta, sobretudo envolvendo desvios de dinheiro em convênios com ONGs. Ex-titular do Esporte e atual governador do DF, Agnelo Queiroz (PT), também é suspeito de participação.

O quadro levou o procurador-geral da República, Roberto Gurgel, a pedir investigação por parte do Supremo Tribunal Federal, que ontem acatou o pedido. Orlando Silva se tornou, então, o primeiro ministro a ser investigado pela Corte. “Há fortes indícios de irregularidade na execução do programa Segundo Tempo, cujos recursos seriam desviados em proveito de integrantes do PCdoB, entre os quais, supostamente, Orlando Silva e o governador Agnelo Queiroz”, escreveu Gurgel, tornando ainda mais insustentável a manutenção do comunista no cargo. O inquérito prosseguirá mesmo com a saída dele do posto.

A saída já vinha sendo cobrada desde a denúncia de “Veja” pelo líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP). Desde então, o tucano adotou uma série de medidas visando esclarecer os fatos, como pedidos de investigações e esclarecimentos à Procuradoria Geral da República, Controladoria-Geral da União (CGU) e Polícia Federal, além de solicitações de audiências na Câmara.

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(Da redação/ Foto: Ag. Brasil)

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26 outubro, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Recorde vergonhoso”

  1. Julia Cruz disse:

    Se as escolhas dos ministros tivessem sido com os criterios tecnicos e de ficha limpa,talvez não tivesse ocorrendo esta pouca vergonha. O correto seria que a Dona Dilma tivesse feito a troca de todos os ministro no inicio do seu governo, agora paga caro por ouvir o seu antessessor Lula.

    Ainda há pessoas no governo que já deveriam ter entregue o Cargo, acredito que as corrupçoes vão continuar enquanto prevalecer as impunidades, isso é uma vergonha para o nosso país.

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