Irresponsabilidade com dinheiro público


Carlos Sampaio denunciará má utilização de cartão corporativo a órgãos de controle

Ao considerar inescrupulosa a utilização de cartão corporativo por funcionários do governo federal para custear despesas irregulares, o deputado Carlos Sampaio (SP) afirmou que denunciará a prática ao Ministério Público Federal, à Polícia Federal, ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU). Para o tucano, o mecanismo tem função específica, restrita e objetiva.

Sampaio destaca a falta de compromisso e responsabilidade com a verba que sai do bolso do contribuinte. “Ao invés de zelar pelo dinheiro público, o governo gasta de forma descabida esse recurso, fruto dos impostos recolhidos pelo cidadão. É um descalabro”, reprovou. “Quando o Executivo começa a repetir o mesmo erro, fica evidenciada a má-fé.”

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Autor de requerimento que deu origem à CPI dos Cartões Corporativos, em 2008, o tucano recorda: na ocasião da instalação da comissão de inquérito, houve redução de R$ 40 milhões dos gastos com o dinheiro de plástico.

Quando a farra parecia encerrada, o “Correio Braziliense” revelou que servidores federais usaram o cartão para pagar conta de hotel de luxo, churrasco, festas e até para comprar material de construção. No total, 7.465 funcionários utilizam o expediente. Só neste ano, R$ 39,9 milhões foram gastos. Os campeões de despesas são a Presidência da República e o Ministério da Justiça, com R$ 10 milhões e R$ 9 milhões, respectivamente.

O deputado Domingos Sávio (MG) afirma que os órgãos de controle da administração federal são coniventes com a corrupção. Para ele, o PT empurra a sujeira para debaixo do tapete. “Nunca toma a iniciativa de fiscalizar de fato, investigar o que está ocorrendo dentro do próprio governo”, acrescenta.

Na visão do parlamentar, o petismo sempre falou em moralidade e combate à corrupção, mas transformou-se em campeão de irregularidade. “Não tem o menor escrúpulo. É o cúmulo da cara de pau. Depois que a imprensa denuncia e todo mundo fica sabendo do desmando, vem pregar de moralista, dizendo que faz faxina.”

Desvio de função

Conforme a reportagem, entre outras irregularidades, o servidor Nestor Santorum, lotado no Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Sipam), na capital do Pará, fez um pagamento de R$ 114 ao Motel Holliday. As funcionárias do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de Minas Gerais gastaram R$ 12,9 mil. Gislene Maria Ferreira e Vilma de Jesus Santos Cruz custearam, juntas, 17 diárias com cartão corporativo no Tauá Grande Hotel Termas de Araxá. Também do órgão, José Haroldo Rocha pagou R$ 7,8 mil no mesmo hotel. Marta Helena Cherini  pagou contas de churrascarias em Brasília e no Rio de Janeiro.

(Reportagem: Artur Filho / Fotos: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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17 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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