Expansão tímida


Deputados temem efeitos de desaceleração da economia aliada ao aumento de preços

Os deputados Rogério Marinho (RN) e Marcus Pestana (MG) demonstraram preocupação com a tímida expansão do Produto Interno Bruto (PIB) ao mesmo tempo em que a inflação continua em alta. Na quinta-feira (13), o Banco Central divulgou queda de 0,53% no índice de atividade econômica (IBC-Br) em agosto, comparado a julho.

Para os parlamentares, o governo não fez a lição de casa durante um longo período de aquecimento das finanças mundiais. Agora, diante de uma crise que atinge inúmeros países, o Brasil sente os efeitos, que se somam a problemas de infraestrutura e elevados gastos com a máquina pública.

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De acordo com Marinho, o mundo mudou e a estabilidade conquistada com o Plano Real deveria ser aperfeiçoada com as reformas tributária, política e trabalhista. “Estão subestimando a inflação e superestimando o crescimento econômico. É preciso levar em consideração a necessidade de fazer as mudanças tão adiadas. Também não sairemos dessa situação enquanto o Executivo não reduzir o gasto geométrico que tem de custeio”, disse.

A previsão do governo de aumento do PIB em 5% para o ano já está descartada. Especialistas acreditam que não passará dos 3%. Já os elevados preços continuam: A Confederação Nacional da Indústria (CNI), por exemplo, prevê que a inflação fechará o ano em 6,5%, bem acima da meta de 4,5%.

Pestana também faz o alerta para o perigo da manutenção do quadro atual.  “O Brasil precisa evitar cair na armadilha do baixo crescimento com alta de preços. Essa doença já nos atormentou no passado”, lembra. Para o deputado, a administração petista não fez as melhorias necessárias para melhorar o cenário, reduzir o custo Brasil e aumentar a competitividade.

 “É preciso trabalhar com competência e inteligência, preservando empregos e não permitindo a queda da renda da população. Esse é o desafio que temos pela frente”, destacou.

Estimativa superada

 O governo previa inicialmente um crescimento entre 4,5% e 5% para a economia brasileira neste ano. No fim de setembro, o BC jogou suas estimativas para 3,5% e nesta semana foi a vez do Ministério da Fazenda depor armas e também cortar suas expectativas para a casa entre 3,5% e 4%.

 O Brasil foi, entre 35 países analisados pela OCDE, o que teve a mais forte desaceleração nos últimos 12 meses.

 Especialistas preveem mais dificuldades à frente, com base, por exemplo, em dados sobre o comércio exterior chinês, também divulgados ontem. O superávit comercial caiu em setembro a menos da metade do que era em julho: foram US$ 17 bilhões a menos. Não custa lembrar que a China compra hoje 20% de tudo o que o Brasil exporta.

(Reportagem: Djan Moreno/Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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14 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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