Mais transparência

Defesa pelo fim do voto secreto em discussões do Congresso tem respaldo da sociedade

Os deputados João Campos (GO) e Jorginho Mello (SC) avaliaram que a defesa da bancada tucana pelo voto aberto nas decisões do Congresso tem respaldo da sociedade brasileira. Em enquete no portal do Senado, 96% dos 9,7 mil internautas manifestaram posição favorável ao fim do voto secreto, mecanismo usado atualmente. Apenas 4% foram contra.

Campos destaca que o PSDB foi um dos primeiros partidos a apoiar a medida. Isso porque o eleitor tem o direito de conhecer o posicionamento dos seus representantes. “O voto aberto vai diminuir a corrupção e dar transparência na atividade parlamentar”, acredita.

Na avaliação dele, o exercício da democracia só é possível com clareza dos fatos. “Esses são alguns dos compromissos do partido: democracia e liberdade ampla. O cidadão elege o representante, que tem obrigação de dar satisfação e prestar contas. Essa prática só é possível com transparência, e o fim do sigilo proporciona isso”, defende.

Campos lamenta a falta de apoio de outras legendas. “Infelizmente temos agremiações políticas e parlamentares que são contrários, exatamente porque querem usar o voto secreto como um escudo para esconder as suas posições e mentir para o povo”, critica.

Na visão de Jorginho Mello, os deputados e senadores precisam mostrar a cara à sociedade. “Sou a favor do expediente. O parlamentar precisa manifestar sua posição, e o eleitor tem o direito de saber como ele agiu em plenário”.

O PSDB encampou a defesa da Proposta de Emenda à Constituição (PEC 349/2011), que determina o fim do voto secreto nas discussões em plenário, após o Congresso apresentar moção com pedido de regulamentação da mídia e a absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada em 2006, recebendo dinheiro de operador do mensalão do Governo do Distrito Federal, Durval Barbosa. O texto foi aprovado em primeiro turno em setembro de 2006, mas precisa ser analisado em segunda fase.

(Reportagem: Laize Andrade / Foto: Paula Sholl e Gustavo Lima / Áudio: Elyvio Blower)