Prática recorrente


Para deputados, governo petista banalizou a corrupção

No discurso, o governo petista promete a moralização da política. A prática mostra um cenário completamente inverso, no qual impera a banalização da corrupção. Essa é a avaliação dos deputados William Dib (SP) e Carlos Roberto (SP). Os tucanos acreditam que os escândalos só mudam de instituição, mas continuam instalados em diversos órgãos da administração federal.

Em denúncia da “Folha de S.Paulo”, o novo diretor-geral do Departamento nacional de Infraestrutura de Transporte (Dnit), o general Jorge Fraxe, teria comprado, quando ocupava a Diretoria de Obras de Cooperação do Exército, mais material do que o necessário e gastado em excesso com a manutenção de máquinas, segundo o Tribunal de Contas da União (TCU). Em outro episódio, segundo a revista “Veja”, ele teria participado da montagem de entidade que aceitou pagar propina em troca de contrato milionário com o Ministério dos Transportes. Trata-se do Instituto Nacional de Desenvolvimento Ambiental (Inda).

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Para Dib, as práticas da gestão petista se repetem. “Até porque eles vulgarizaram tudo. A corrupção é vulgar e comum. É uma coisa extremamente corriqueira. Eles não se sentem envergonhados”, disse. Enquanto os desvios continuam, a presidente Dilma cria factóides ao prometer que vai continuar com a faxina, acrescenta.

Embora não tenha vínculo formal com a ONG, o general acompanhou passo a passo a criação da organização, que se especializaria em trabalhar com obras públicas. Mensagens eletrônicas comprovam que Fraxe era informado de tudo, segundo “Veja”.

O deputado acredita que a população precisa reagir para combater a corrupção. “O povo tem que se mobilizar, assim como as frentes sociais. Precisamos mostrar indignação. Não podemos perder o a nossa capacidade de se revoltar com o errado”, disse. Segundo Carlos Roberto, o PT não é nada daquilo que a sociedade esperava. “Queremos uma CPI para passar a limpo as denúncias. Só dessa forma as coisas vão andar”, avaliou.

A ONG firmou o seu primeiro contrato de R$ 264 mil com o Exército em troca de estudos para a implantação de vilas militares em Brasília. Este ano negociava um contrato de R$ 6 milhões com o Dnit para monitorar o contorno ferroviário de Camaçari, na Bahia, obra do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Durante as negociações, o Inda teria que pagar R$ 300 mil de propina a servidores do Dnit, pelo uso de uma máquina.

(Reportagem: Artur Filho / Fotos: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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3 outubro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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