Futuro incerto


Inflação elevada e menor crescimento colocam em risco a economia brasileira

O cenário previsto para a economia brasileira, com menor crescimento e inflação elevada, é preocupante, na avaliação do líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP) e do deputado Antonio Imbassahy (BA). O Banco Central aumentou sua projeção para o aumento dos preços de 5,8% para 6,4% este ano. Já a estimativa para o crescimento da economia caiu de 4% para 3,5%.

Para Imbassahy, os fundamentos da economia estão sendo deixados de lado pelo Planalto. “A população é quem paga com um custo de vida mais elevado e o crescimento do país muito abaixo das nossas possibilidades”, declarou o tucano nesta sexta-feira (30).

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A expectativa de analistas é que o índice ultrapassará o teto fixado para 2011, já que ele acumula alta de 7,23% nos últimos doze meses. O centro da meta, de 4,5%, garantido pela presidente Dilma Rousseff, só deve ser alcançado em 2013, segundo o BC.

De acordo com o diretor de Política Econômica da instituição, Carlos Hamilton, o desenvolvimento menor previsto para a nação deve afetar a indústria, o setor de serviços e os reajustes salariais. “Depois de quase nove anos no poder, o governo do PT fez grandes descobertas nos últimos dias. O BC reconheceu que a inflação brasileira é uma das maiores do mundo”, afirmou o líder, pelo Twitter.

Em abril, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que os ajustes permitiriam controle dos preços e aumento médio de 5% no PIB. O otimismo vendido pelo Executivo caiu por terra, de acordo com Imbassahy. “Quem pode confiar nesses números? Não existe a solidez anunciada. Além disso, a indicação de que o país vai crescer abaixo das perspectivas divulgadas pelo governo configura um quadro de grande preocupação”, criticou.

Segundo pesquisa CNI/Ibope, as tentativas de combate à inflação estão entre as medidas com maior desaprovação da população: 55% das pessoas entrevistadas.

O consumo das famílias e da União será maior, ao contrário do investimento, segundo o BC. O baixo ritmo de investimento do Executivo agrava essa situação. O Planalto executou apenas 8,5% do orçamento do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) para 2011, conforme destacou o líder tucano.

“A mãe do PAC não conseguiu fazer o programa andar. Até 17 de setembro foram efetivamente pagos R$ 3,5 bilhões, dos R$ 40,9 bilhões reservados para este ano. Ou seja, a execução do PAC não chega a 10%. E o que significam esses números? Que as obras de infraestrutura — estradas, portos, aeroportos, hidrelétricas, obras de saneamento — não saem do papel”, afirmou Nogueira.

“Pior dos mundos”

→  “O país caminha para crescer menos, num ambiente de mais inflação. É o pior dos mundos. Corremos o risco de abrir mão da estabilidade da moeda, desorganizar a economia e ainda por cima ver o PIB naufragar. A turbulência mundial pode e deve ser aproveitada para baixar os juros brasileiros, mas é inaceitável que isso se dê pondo a estabilidade monetária sob ameaça. Mais inflação é sempre menos desenvolvimento”, diz trecho da Carta de Formulação e Mobilização Política do Instituto Teotônio Vilela desta sexta-feira (30).

→ Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, o governo enfrenta dificuldades para investir. “A máquina administrativa ainda está emperrada, principalmente nos ministérios afetados pela ‘faxina’ da presidente. Segundo fontes da área econômica, muitos ministérios têm dinheiro em caixa, mas não conseguem tocar os investimentos”, diz trecho da matéria.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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30 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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