População sacrificada


Para líder, reconhecimento tardio de má gestão na saúde exige providências rápidas

Da tribuna, o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), cobrou mais recursos para a saúde nesta quinta-feira (29). Para ele, o reconhecimento da presidente Dilma Rousseff de que o setor sofre com a falta de investimento e planejamento é tardio. “O PT está no governo há praticamente nove anos e hoje reconhece que a saúde tem um problema de gestão. Os brasileiros que pagam impostos e precisam enfrentar filas e esperar meses por uma consulta sabem disso há muito tempo”, criticou.

“Agora que a presidente finalmente reconheceu o problema, esperamos que ela, de fato, tome alguma providência. Recursos há, mas o que acontece é que eles não estão sendo bem empregados”, completou o tucano.

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Nogueira citou pesquisa CNI/IBOPE realizada em março que colocou os serviços de saúde no topo das reprovações da população: 81% acreditam que a má qualidade dos serviços ocorre mais por causa da má administração do que da falta de dinheiro; e 72% são contra a recriação da CPMF. O deputado destacou a importância da regulamentação da Emenda 29, aprovada pela Câmara no último dia 21 sem a volta do imposto do cheque.

O parlamentar considera que há uma voracidade do governo em cobrar mais tributos. Ele lembrou que, há duas semanas, a arrecadação chegou a R$ 1 trilhão. “Antes de sacrificar ainda mais a população, o importante é fazer mais com menos e aplicar corretamente o dinheiro das pessoas. Na saúde nunca haverá recursos sobrando. No entanto, para melhorar o setor, não é necessário nenhum outro imposto. É preciso que o governo priorize a questão e seja mais eficiente”, avaliou.

O líder ressaltou ainda que, enquanto o governo federal investe cada vez menos na saúde, estados e municípios arcam com mais custos. Segundo dados do Ministério da Saúde, em 2002, 53% dos valores aplicados eram da União, 26% dos municípios e 22% das unidades federativas. Já em 2008, o governo investiu 46%, os municípios 29% e os estados 25%.  “Portanto, o esforço do governo federal é cada vez menor para as ações de saúde, e o dos Estados e municípios é cada vez mais oneroso”, reprovou.

(Reportagem: Alessandra Galvão / Foto: Beto Oliveira / Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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29 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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