Cenário irreal

Dilma faz propaganda de um Brasil cor-de-rosa em assembleia da ONU, criticam tucanos

A presidente Dilma Rousseff fez propaganda de um Brasil que não existe durante a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas, na avaliação de deputados do PSDB. Em discurso nesta quarta-feira (21), a petista disse que o país está cumprindo sua parte e mantendo os gastos sob “rigoroso controle”. De acordo com ela, essas medidas geram “um vultoso superávit nas contas públicas”, sem comprometer o investimento e o crescimento.

O líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), acredita que o discurso está longe da prática. “As despesas correntes cresceram 12,5% ou R$ 58 bilhões de janeiro a agosto, enquanto o PAC executou apenas 8,5% do seu orçamento para este ano”, disse pelo Twitter.

Para Vaz de Lima (SP), Dilma quis vender lá fora algo que os brasileiros não veem. Segundo o parlamentar, não há tanto controle e as políticas de investimento estão paralisadas. “Ela vive em um Brasil em que nós não vivemos, a nação do faz de conta, cor-de-rosa. Não é isso que vemos nas ruas com inflação alta e gente desempregada”, condenou.

Na opinião do deputado, o superávit citado pela petista só existe por conta do “brutal arrocho” aos cidadãos. “Sacrificando a população com impostos e deixando de aplicar nas obras necessárias. Aí fica fácil fazer superávit’, reprovou.

“A presidente é contraditória porque o seu discurso não é coerente com a prática”, resumiu Rogério Marinho (RN). De acordo com o tucano, a administração do PT faz uma propaganda muito eficiente, mas tem dificuldades de gestão.

“O discurso do controle de gastos é reiterado, mas não é praticado. O país vem perdendo o controle da inflação e dos juros. Mais do que nunca há a necessidade do governo gastar menos do que arrecada, deixar de fazer tanta propaganda e colocar em prática o que é preciso, investimentos”, avaliou.

Dinheiro mal aplicado

→ Dos R$ 40,8 bilhões autorizados para investimentos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) este ano, apenas R$ 3,47 bilhões foram efetivamente pagos, ou seja, 8,5% da dotação inicial.

→ “O Brasil está fazendo a sua parte. Com sacrifício, mas com discernimento, mantemos os gastos do governo sob rigoroso controle, a ponto de gerar vultoso superávit nas contas públicas, sem que isso comprometa o êxito das políticas sociais, nem nosso ritmo de investimento e de crescimento”, disse a presidente Dilma Roussef, durante discurso na Assembleia Geral da ONU, em Nova York.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Gustavo Lima/Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)