Pífia atuação


Gomes de Matos: manutenção de ministro sem experiência compromete ações do Desenvolvimento Agrário

O deputado Raimundo Gomes de Matos (CE) avalia que a manutenção do ministro do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence, sem nenhuma experiência na área, compromete os resultados das ações administradas pela pasta. Segundo o tucano, ao invés de colocá-lo para escanteio, a presidente Dilma deveria demiti-lo. “O Estado de S. Paulo” revelou que Florence desconhece assuntos relacionados ao órgão e, portanto, vem sendo alijado de decisões.

A Esplanada foi tomada por pessoas sem capacidade técnica, alerta Gomes de Matos. “O governo do PT designou correligionários para determinados cargos sem experiência. Na saúde, agricultura e em outros, pessoas desqualificadas coordenam programas, o que emperra o desenvolvimento do país e dificulta as medidas dentro do pacto federativo”, lamentou.

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Ao “Estadão”, integrantes da cúpula da pasta demonstraram dificuldade para acertar o nome do ministro. Em reuniões políticas da militância, costumam ler, com sarcasmo, trechos de entrevista dele à revista “Carta Capital”, na qual revela falta de conhecimento sobre temas como assentamentos, regularização de terras de quilombolas e financiamento da agricultura familiar.

Desde a posse de Dilma, o titular da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, faz a interlocução do Planalto com o Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST). Quando o debate vai para o campo técnico, chama-se o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Celso Lisboa Lacerda, engenheiro agrônomo que fez carreira na instituição e é respeitado por ser do ramo.

Para Gomes de Matos, a escolha de ministros sem experiência virou regra na gestão petista, como ocorreu com o deputado Gastão Vieira (PMDB-MA), designado para comandar o Turismo por indicação do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP). O tucano acrescenta que Gastão tem grande contribuição no Congresso, mas na educação.

“É um desserviço para o próprio parlamentar, que poderia ter sido muito bem aproveitado no Ministério da Educação. Infelizmente, pessoas sem conhecimento existem em várias pastas”, concluiu.

→ O cargo mais importante que Florence ocupou antes de ser ministro foi a Secretaria do Desenvolvimento Urbano da Bahia, no primeiro governo de Jacques Wagner (PT). Pode-se dizer que é um caso raro, no processo de urbanização do país, de alguém que migrou da cidade para o campo.

→ Desde a posse, Florence tem sido “tolerado” no poder. Uma demonstração disso foi o fato de ter ficado praticamente à parte nos debates que deram origem ao “Brasil Sem Miséria”, plano do qual o seu ministério é um dos executores. Ele admitiu que tem estudado muito para superar as dificuldade que enfrenta. Impacientes, seus críticos dizem que os resultados deste esforço ainda não apareceram.

A frase:

“Dilma não tem autonomia para escolher seus subordinados. O ministério é do partido e não da Presidência da República. E a legenda designa as pessoas que são mais convenientes, sem observar se tem experiência para ocupar aquele cargo”.

Deputado Raimundo Gomes de Matos (CE)

(Reportagem: Letícia Bogéa / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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20 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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