Intervenção urgente


Berinho Bantim pede revisão na demarcação de terras indígenas em Roraima

O deputado Berinho Bantim (RR) alerta que a demarcação das áreas indígenas Raposa Serra do Sol e Yanomami, em Roraima, feita pela Fundação Nacional do Índio (Funai) precisa ser revista. Segundo ele, as fronteiras ficaram vulneráveis com a delimitação das terras, além dos índios não disporem de condições necessárias para sobrevivência. O tucano discursou em grande expediente nesta sexta-feira (16).

Reportagem da revista “Veja” divulgou que os índios da reserva Raposa Serra do Sol brigam por comida com urubus no lixão de Boa Vista. “Temos que crucificar e responsabilizar o governo federal, que deixou essa população ao abandono. Seria bom que o Executivo assumisse de fato a obrigação com esses homens e mulheres que vivem na área”, afirmou Bantim.

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O tucano destaca que, após a definição da área de preservação ambiental, os indígenas estão impossibilitados de desenvolver atividades agrícolas para sustento. “Queremos que o poder público exerça seu papel e mande técnicos para que eles possam exercer a agricultura”, disse.

Segundo o deputado, Roraima ficou com apenas 6% de área útil para ser plantada depois da demarcação. Desse valor, 80% precisam ser preservados, conforme determina o novo Código Florestal. “A região ficará com apenas 1,2 milhão de hectares para plantações, ou seja, é um estado fadado ao fracasso”, reforça.

Bantim completa que a reserva Yanomami está sendo tomada. “Garimpeiros estão invadindo a área, derrubando barrancos, jogando mercúrio dentro das águas e, assim contaminando os peixes”. O tucano explica que a entrada nestas regiões somente são autorizadas pela Funai. Porém, organizações religiosas e grupos americanos possuem livre acesso ao local. Ele suspeita que essas missões querem explorar o subsolo rico em cassiterita e outros minérios.

Preservação permanente

A terra indígena Raposa Serra do Sol está localizada no nordeste do Estado de Roraima, entre os rios Tacutu, Maú, Surumu, Miang e a fronteira com a Venezuela.  A área é destinada à posse permanente dos grupos indígenas ingaricós, macuxis, patamonas, taurepangues e uapixanas. Mais da metade da reserva é constituída por vegetação de cerrado. O local é uma das maiores terras indígenas do país, com 1.743.089 hectares e 1000 quilômetros de perímetro.

(Reportagem: Laize Andrade/Foto: Luiz Cruvinel/Ag. Câmara/Áudio: Elyvio Blower)

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16 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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