Economia fragilizada
Parlamentares questionam necessidade do Comitê de Estabilidade Financeira
Ao levantarem suspeita sobre a necessidade do Comitê de Estabilidade Financeira (Comef), instituído pelo Banco Central, os deputados Alfredo Kaefer (PR) e Valdivino de Oliveira (GO) avaliaram que o sistema financeiro nacional vive um momento de fragilidade. Segundo Kaefer, o governo deveria cuidar das reservas cambiais, controlar os juros e conter a escalada da inflação, ao invés criar um novo grupo.
O tucano ressalta que a autoridade monetária possui um departamento com atribuições similares. “A economia brasileira começa a ter sinais de fragilidade”, disse. Ele questionou o custo para administrar as reservas. E acrescentou que o principal problema é a gastança desenfreada patrocinada pelo Planalto, forçando aumento dos juros.
baixe aquiO assunto foi debatido em audiência na Comissão de Finanças e Tributação proposta pelos deputados Vaz de Lima (SP), Rui Palmeira (AL) e Rodrigo Maia (DEM-RJ). Participou, entre outros, o diretor de política monetária do BC, Aldo Luiz Mendes. Em sua intervenção, ele considerou possível que o real se transforme em ativo componente de reservas cambiais de outros países, desde que tenha estabilidade suficiente no país para torná-lo confiável.
Valdivino condena a prática do governo de injetar verba no exterior com taxas administrativas menores, enquanto cobra juros exorbitantes no Brasil, provocando aumento da inflação, segundo o parlamentar. “Para que não afetasse também de forma exógena o nosso processo inflacionário”, disse.
A opinião é compartilhada pelo secretário de Fazenda do Estado do Paraná, o deputado licenciado Luiz Carlos Hauly (PR). Hauly não entende o motivo pelo qual a gestão brasileira aplica no exterior quase U$S 400 bilhões, obtendo um lucro de 2% ao ano, e cobra do cidadão e do empresário que toma empréstimo taxa que chega a 12%.
O Comitê de Estabilidade Financeira foi criado em maio de 2011 com o objetivo de avaliar a estabilidade financeira e definir as diretrizes e as estratégias do Banco Central do Brasil para a mitigação do risco sistêmico. Técnicos do Comef se reúnem a cada dois meses. A próxima reunião acontecerá no dia 22.
(Reportagem: Artur Filho / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)
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