Mais um imposto
Garantir recursos para a saúde é obrigação da presidente Dilma, afirma Vanderlei Macris
A presidente Dilma Rousseff foi arrogante por colocar a “faca no pescoço dos governadores” e pressioná-los para que defendam a criação da Contribuição Social para a Saúde (CSS), avalia o deputado Vanderlei Macris (SP). Sem o novo imposto do cheque, a petista afirma que não haverá outra fonte de financiamento para a área. Conforme um assessor direto dela, “ou é a CSS ou é nada”.
“É a saúde que está em jogo e necessita de mais investimento. A presidente trata esse assunto simplesmente como uma questão política. Ou seja, ou tem CPMF ou vai ficar sem nada para o setor”, criticou nesta sexta-feira (9).
baixe aquiSegundo o parlamentar, é obrigação de Dilma destinar verba para a área. “Vamos aprovar a regulamentação da Emenda 29 e a fonte de financiamento quem tem que arrumar é a presidente. É perfeitamente possível cortar o excesso de gastos públicos e garantir esses valores”, declarou. De acordo com o jornal “O Globo”, os governadores querem mais dinheiro para bancar as despesas diante dos critérios da emenda, que terá sua regulamentação apreciada pela Câmara no dia 28.
Macris afirmou que o PSDB votará a favor da matéria e não aceitará a CSS. “O Parlamento já rejeitou a CPMF. Não é agora que vamos recuperar esse imposto. A carga tributária brasileira já está no seu limite absoluto”, declarou.
O tucano lembrou que, durante a campanha presidencial, Dilma prometeu votar o texto sem gerar novos gastos para a população. Em dezembro de 2010, durante reunião sobre os desafios na saúde, a petista garantiu que não pretendia elevar taxas ou ressuscitar a CPMF. Para Macris, “esse é mais um compromisso de campanha que a presidente não cumpre”.
O deputado Jutahy Junior (BA) anunciou no Facebook que votará contra a CSS. “O governo está lutando para criar uma nova CPMF, justificando que só desta maneira a saúde pode ser financiada. Mentira. Todos os anos há aumento real de arrecadação dos tributos federais”, disse.
O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), destacou que o Impostômetro – que mede o total de tributos pagos no país – atingirá na próxima semana a marca de R$ 1 trilhão. “A cada ano os brasileiros pagam mais e mais impostos, mas o governo ainda não está satisfeito e quer criar uma nova contribuição, que elevará essa conta em pelo menos mais R$ 30 bilhões. É um escárnio”, comentou em seu blog.
Aumento da carga tributária
→ Segundo o “O Globo”, a maioria dos governadores apoia uma fonte específica de financiamento para a Saúde, mas estão divididos sobre a recriação de um tributo nos moldes da CPMF, e vários já criticam o aumento da carga tributária.
→ De acordo com o jornal, Dilma não tem simpatia por outras alternativas apresentadas até agora, como destinação de parcela do pré-sal, a tributação de cigarros e bebidas alcoólicas, o uso de parte do seguro de acidente de trânsito (Dpvat) ou a legalização dos bingos para aumentar o orçamento do setor.
(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)
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