Mobilização popular


População organiza protestos para mostrar que não tolera mais a corrupção no país, afirmam tucanos

O feriado de 7 de setembro será marcado por protestos contra a corrupção em várias cidades do país. Os atos públicos estão sendo organizados por brasileiros indignados com os sucessivos escândalos que surgem diariamente no noticiário. O governo da presidente Dilma responde pelos casos de maior repercussão, em especial os que provocaram sucessivas quedas de ministros nos últimos meses. Os deputados Luiz Fernando Machado (SP) e César Colnago (ES) afirmaram que este é o momento de a população mostrar sua revolta pela crise política que assola a nação.

“Essa é a demonstração viva de que a sociedade está atenta. Pelo que observo nas redes sociais, o Brasil inteiro mostrará sua indignação e exigirá que o governo federal não fique passivo apenas demitindo um ou outro e não tomando nenhuma providência que dê definitivamente um basta aos problemas”, ressaltou Colnago.

É exatamente em sites como Facebook e Twitter que os protestos são organizados e divulgados entre milhares de internautas. Em Brasília, por exemplo, a Marcha Contra a Corrupção será na Esplanada dos Ministérios, mesmo lugar das comemorações oficiais do feriado da Independência.

Em reunião realizada na segunda-feira (5), a Frente Parlamentar Anticorrupção e entidades da sociedade civil  – Ordem dos Advogados do Brasil, Associação Brasileira de Imprensa e Conferência Nacional dos Bispos do Brasil – estabeleceram estratégias para incentivar o povo a ir às ruas e criaram uma pauta de reivindicações. Entre as bandeiras, estão os pedidos para acelerar os julgamentos de processos envolvendo casos de corrupção parados na Justiça, a reforma política, a transparência nos gastos públicos e o corte em cargos comissionados.

Colnago acredita que a marcha fará com que a CPI da Corrupção saia do papel. “É fundamental que a sociedade reaja e coloque na pauta da política nacional a sua luta contra a corrupção”, afirmou o tucano. Segundo Rodrigo Montezuma, organizador da marcha na capital federal, a expectativa é que o evento reúna 30 mil pessoas.

Luiz Fernando Machado disse que a mobilização é justa, pois defende um interesse do cidadão, que é a preservação do dinheiro público. “A sociedade vem cada vez mais tomando para si a participação política. É bom lembrar que são as pessoas que sustentam o Estado. Logo, não é justo que sejam utilizados recursos públicos em benefícios pessoais”, apontou.

O deputado defendeu a instalação da comissão de inquérito. “A CPI contribuiria muito para termos a chance de inocentar quem não tem culpa e de darmos uma verdadeira lição naquelas pessoas que não utilizaram bem o dinheiro público”, concluiu.

A frase:

“A presidente procurou não utilizar o termo faxina porque de fato ela não operou uma faxina nos órgãos públicos. Essa mobilização parte também em razão dessa inércia e leniência do governo.”

Deputado Luiz Fernando Machado (SP)

Manifestações agendadas

→ Segundo reportagem do jornal “O Estado de S. Paulo”, há pelo menos dez grupos incentivando as pessoas a irem às ruas no feriado da Independência do Brasil. Mais de 75 mil pessoas já confirmaram presença em eventos espalhados por todo o país.

→ Só na cidade de São Paulo são mais de cinco manifestações agendadas. O ponto de encontro da maioria delas será o vão do prédio do Masp, na Avenida Paulista. No Rio também haverá pelo menos quatro movimentos. Em Brasília serão quatro passeatas.

→ A concentração da marcha está marcada para as 9h, no gramado em frente ao Museu da República. A partir das 10h, os manifestantes devem caminhar rumo ao Congresso Nacional pedindo o fim da corrupção, mais transparência na política e o término do voto secreto.

Confira o mapa das manifestações programadas para esta quarta-feira no site da “Veja”.

CPI da Corrupção

Para conquistar o apoio de mais parlamentares, o PSDB e outros partidos da oposição contam com o apoio da sociedade. No blog  http://www.cpidacorrupcao.blogspot.com a sociedade poderá acompanhar as assinaturas. Até o momento 126 deputados e 20 senadores assinaram o pedido. São necessários 171 e 27 apoios, respectivamente.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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6 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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