Estradas precárias


Paulo Abi-Ackel defende transferência de responsabilidade das rodovias federais para os estados

O líder da Minoria, deputado Paulo Abi-Ackel (MG), defendeu proposta relatada pelo senador Aécio Neves (MG) que tem por objetivo transferir a reponsabilidade e a manutenção das rodovias federais para os estados, mediante repasse da Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico (Cide). Na avaliação de Abi-Ackel, o Executivo não tem capacidade para realizar obras fundamentais de melhoria e infraestrutura das vias.

O tucano destaca que o texto pretende sensibilizar o governo em relação a pistas que estão em péssimas condições de uso, provocando acidentes. “O modelo atual, que é exatamente do governo federal cuidar das estradas, está absolutamente falido. Prova disso é o recente escândalo que fez com que a presidente Dilma Rousseff demitisse 25 funcionários do alto escalão do Ministério dos Transportes, inclusive o ministro”, criticou.

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Em audiência das comissões de Viação e Transportes e de Fiscalização Financeira e Controle, o líder da Minoria condenou o deboche feito pelo titular dos Transportes, Paulo Sérgio Oliveira Passos, sobre a situação das estradas que cruzam Minas Gerais. Por falta de manutenção e investimentos, é alto o número de vítimas na BR 381, conhecida como “rodovia da morte”, e na BR 262.

“A ironia do ministro demonstra o descaso do governo com a malha rodoviária, com os muitos milhões de brasileiros que trafegam nesses locais e, sobretudo, com os familiares das vítimas”, reforça. Na opinião do tucano, a atitude de Passos comprova a ineficiência da atual gestão.

Paulo Abi-Ackel completa: “o atual ministro dos transportes sempre foi da cúpula da pasta. Se ele não tomou providência e muitas pessoas morreram, muitas sofreram acidentes, ele tem que se explicar e não ficar com a ironia de que o ministério investiu em outras rodovias”.

Gargalos no transporte

→ Reportagem da “Folha de S.Paulo” mostrou que governo federal exagera nos aditivos, ocasionando atraso nas obras públicas. As alterações afetam prazos, tecnologias usadas, materiais utilizados e preços. O setor de transportes é um dos vencedores em alterar características básicas de projetos licitados.

→ Levantamento feito pelo governo em 2,2 mil contratos apontou que, entre 2008 e 2010, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) fez quase 3 mil aditivos para modificar condições de serviços e obras.

→ O projeto para duplicação da BR 381, conhecida como “rodovia da morte”, está parado há oito anos. A previsão era de que a obra saísse do papel ainda neste ano. No início de julho, o Ministério das Cidades confirmou a presença de Dilma Rousseff em Minas Gerais para anunciar o edital para o término das obras. A revitalização do Anel Rodoviário da capital mineira também foi considerada essencial para a Copa 2014, mas se arrasta desde 2010, quando auditoria do Tribunal de Contas da União (TCU) apontou suspeitas de irregularidades no edital.

(Reportagem: Laize Andrade/Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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6 setembro, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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