Relação com dirigente afastado


Oposição cobra explicações sobre envolvimento de Ideli em contratos suspeitos

 

A oposição lançou ofensiva para apurar as denúncias envolvendo a ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. Em requerimento à Comissão de Fiscalização Financeira e Controle, o deputado Vanderlei Macris (SP) e o líder tucano na Câmara, Duarte Nogueira (SP), solicitam a convocação da petista para esclarecer suposta negociação de contratos para obras rodoviárias em Santa Catarina, conforme revelou a revista “IstoÉ”.

A reportagem afirma que Ideli negociou para manter o cargo do superintendente do Departamento de Infraestrutura de Transportes (Dnit), João José dos Santos, aliado dela acusado de irregularidade. A conversa apareceu em gravações da Polícia Civil com o presidente do PR de Santa Catarina, Nelson Goetten, quando a ministra ainda era titular da Pesca.

Nesse sentido, outro requerimento propõe audiência com Santos. Em determinado momento, Ideli teria dito, sobre a possibilidade de afastamento do apadrinhado: “Eu tô apavorada com essa movimentação. Apavorada”.

Agravando a situação, o agora presidiário Nelson Goetten foi um dos principais apoiadores da campanha de Ideli para o governo de SC em 2010. Ela perdeu a eleição para Raimundo Colombo, ficou sem mandato no Senado e acabou premiada com o Ministério da Pesca. Nas gravações, Ideli afirma ainda: “Temos de fazer todo o esforço na defesa de João José”.

Sob responsabilidade de João José de Santos, as obras de duplicação da BR-101, entre Palhoça (SC) e Osório (RS), são alvo de processo no Tribunal de Contas da União (TCU) por suspeita de superfaturamento, licitação dirigida e atrasos. Ele é acusado de manter os empreendimentos paralisados para trocar empreiteiras, que se favoreceriam dos aditivos. Em seis anos, foram 268 aumentos em 23 contratos, que elevaram o valor das construções em R$ 317,7 milhões.

“A situação envolvendo obras públicas federais já resultou no afastamento preventivo de várias autoridades e colaboradores”, recordam os tucanos. “O desligamento de alguns dos envolvidos não tem o condão de encerrar o caso, nem é suficiente para solucionar ou esclarecer os fatos acima indicados”, completam.

(Da redação / Foto: Paula Sholl)

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24 agosto, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

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