Uso indevido


Tentativa de simular disputa em licitação reforça existência de esquema na Agricultura

A denúncia de que a Fundação Getúlio Vargas (FGV) foi usada indevidamente para simular disputa em uma licitação do Ministério da Agricultura reforça a existência do esquema de corrupção, acreditam os deputados João Campos (GO) e Reinaldo Azambuja (MS). O contrato faz parte de uma série de episódios que levaram à queda do ex-ministro Wagner Rossi, que pediu demissão no último dia 17. O pregão terminou com a vitória da Fundação São Paulo (Funasp)

Reportagem da “Folha de S.Paulo” mostrou que papéis forjados, uma assinatura falsa e um número de fax inexistente foram utilizados para criar uma proposta em nome da FGV, que diz não ter se interessado pelo negócio. Segundo a matéria, o lobista Júlio Fróes, que tinha livre acesso à pasta na gestão de Rossi, foi acusado de distribuir propina a funcionários depois de garantir o contrato com a Funasp, em agosto de 2010. A instituição ganhou um contrato de R$ 9,1 milhões com a Agricultura para treinar funcionários.

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João Campos destacou que o esquema é um modo diferente de operar as irregularidades. “A cada denúncia que surge, somos convencidos de que a corrupção no governo não é uma coisa isolada ou pontual”, afirma. Segundo ele, a fraude foi planejada e pensada por aqueles que operam o sistema.

Na opinião do tucano, a exoneração dos infratores não é suficiente. “Os corruptos não devem apenas deixar os cargos, eles têm que responder criminalmente, civilmente e devolver o dinheiro”, completou.

“Mais essa fraude em licitação reforça aquilo que estamos falando há muitos dias: a necessidade de uma CPI”, afirmou Azambuja. Segundo ele, a Comissão Parlamentar de Inquérito vai permitir a apuração profunda das denúncias em todos os órgãos. “Infelizmente, a sujeira no governo do PT está impregnada em todos os ministérios e precisa realmente ser passada a limpo”, explicou.

João Campos completa que o sistema de corrupção na administração pública era escondido desde a gestão do ex-presidente Lula. “O governo tinha uma capacidade imensa de colocar tudo isso debaixo do tapete. Agora chegou num estágio em que nem o tapete mais está sendo possível ter tamanho para acobertar tudo isso debaixo e as coisas que estão vindo ao conhecimento público”, avaliou.

(Reportagem: Laize Andrade/Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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19 agosto, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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