Descaso e inoperância

Entrega de moradias com risco de desabamento é imprudência, alerta Dib

O deputado William Dib (SP) condenou a presidente Dilma Rousseff por entregar um conjunto habitacional do “Minha Casa Minha Vida” em Juazeiro (BA) com risco de desabamento. Segundo o jornal “O Globo”, existe uma placa na entrada de cada bloco advertindo para que não sejam feitas reformas, sob risco de danos à solidez da estrutura. O alicerce foi construído em alvenaria. Os edifícios ficaram conhecidos no Nordeste como prédios-caixão e têm a estabilidade discutível.

Para o tucano, o governo federal, além de ser inoperante com o programa habitacional, é imprudente ao distribuir moradias em péssimas condições. “Isso é descaso com o povo mais sofrido que precisa disso. E o governo está mais preocupado com a imagem e publicidade do que com a garantia de que as pessoas vão morar em segurança em um lar definitivo. Você imagina ter uma casa, um apartamento em que nunca poderá mexer pelo risco de queda?”, criticou.

De acordo com o deputado, o governo desperdiça recursos públicos e põe em risco centenas de moradores.  “Insistir em realizar esse tipo de projeto sem garantia é jogar dinheiro pelo ralo. E pior. Pode jogar vidas pelo ralo”, afirmou. Dib argumenta que a presidente está preocupada em fazer inaugurações de obras para abafar os recentes escândalos de corrupção.

Ele lembra que o “Minha Casa Minha Vida” não passa de um sonho. Ainda de acordo com a reportagem de “O Globo”, o sistema adotado pelo governo Dilma é o mesmo utilizado na Região Metropolitana de Recife. Lá, existem 10 mil prédios do tipo caixão. Estudos revelam que cerca de 60% deles apresentam algum tipo de risco. Destes, 12 já desabaram, inclusive provocando mortes.

Diagnóstico recente feito pelo governo pernambucano indicou que 340 desses imóveis estão com alto risco de desabamento e dezenas deles foram interditados, a maior parte nos municípios de Recife, Olinda e Jaboatão dos Guararapes. O conjunto residencial entregue por Dilma em Juazeiro (BA), com 1,5 mil apartamentos, custou R$ 61 milhões.

(Reportagem: Artur Filho/Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)