A passos lentos


Para deputados, balanço do PAC apenas comprova incapacidade gerencial de Dilma

Os deputados André Dias (PA) e Antonio Imbassahy (BA) classificaram como fracassada a execução do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nos primeiros seis meses do ano. De acordo com o balanço divulgado nesta sexta-feira (29), o programa teve o desempenho reduzido sob o comando da presidente Dilma Rousseff, que foi apelidada de “mãe do PAC” na gestão Lula. Dados do próprio Planalto revelam que entre janeiro e junho de 2011 a execução global foi de R$ 86,4 bilhões. Entre abril e outubro de 2010, data do último balanço apresentado, foram executados R$ 95,7 bilhões, uma diferença de 10,8%.

Quando são avaliados apenas os dados do Orçamento da União, os resultados são pífios. Segundo levantamento da Assessoria Técnica do PSDB divulgado no início de julho, no primeiro semestre a gestão Dilma pagou apenas 3,9% dos recursos autorizados para 2011 – ou seja, R$ 1,6 bilhão de um total de R$ 40,2 bilhões.

Para os tucanos, os números demonstram a total inoperância e incapacidade de administração do governo federal para realizar as obras do principal plano de investimentos do Executivo. A imagem de boa gestora propagandeada na campanha eleitoral cai por terra com a divulgação dos números, avaliam os parlamentares.

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Imbassahy disse que o governo é pródigo em anunciar projetos, mas eles não saem do papel. “Quando o governo divulga os dados do desempenho do PAC revela a sua total inoperância. Isso está constatado na situação das estradas federais, dos aeroportos, dos portos. O quadro é desolador e mostra o fracasso desta administração e a incompetência gerencial do governo”, resumiu.

“O PAC é muito mais propaganda do que um projeto de desenvolvimento do país. O programa é um conjunto de obras eleitoreiras, e não de modificação da estrutura urbana e de transportes. É uma enganação perante o povo brasileiro”, completou André Dias.

Na área de transportes, resultados pífios diante das necessidades do país

Apesar de receber o maior volume de recursos do programa, a área de transportes deixou de cumprir metas importantes do PAC, como a execução do projeto do trem de alta velocidade e obras em rodovias, ferrovias e aeroportos. De acordo com o balanço, apenas quatro empreendimentos foram entregues no primeiro semestre pelo setor: a pista e o pátio do aeroporto de São Gonçalo do Amarante (RN), o conector do aeroporto de Recife, a dragagem do canal interno do Porto de Suape (PE) e a ampliação dos molhes do Porto de Rio Grande (RS), informou a “Folha.com”.

Alvo de denúncias que levaram à queda do ministro dos Transportes e de toda a diretoria do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), o setor enfrenta uma situação grave, de acordo com Imbassahy. “Se associou a inoperância e a incompetência gerencial a uma corrupção jamais vista na história do Brasil. A população brasileira assiste a um governo que fracassa na execução do PAC, que é pífia e frustrante em relação a tudo anunciado pelo governo do PT”, condenou.

Para André Dias, existem várias circunstâncias para que o governo não aplique os recursos disponíveis e execute os empreendimentos. “Todas elas estão relacionadas à incapacidade de gestão. Ou eles não sabiam como fazer ou nunca planejaram executar”, reprovou.

Nada de rodovias ou ferrovias

→ No setor de transportes, não consta a conclusão de nenhuma obra rodoviária ou ferroviária de controle direto do Ministério dos Transportes, segundo a “Folha.com”.

→ A situação dos aeroportos também é preocupante. Apesar da superlotação e da proximidade da Copa do Mundo, as obras nos terminais não cumpriram os prazos estipulados.

→ Como destaca o jornal o “O Estado de S.Paulo”, ficou no papel o projeto do trem de alta velocidade, cujo leilão deveria ter sido feito em 29 de abril, segundo meta estabelecida no 11º balanço do PAC. A licitação foi adiada para julho, mas nenhum concorrente apareceu. O governo mudou a modelagem da concessão, que agora prevê dois leilões. O primeiro está programado para fevereiro de 2012, na melhor das hipóteses.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Ag. Câmara e Marco Túlio/Áudio: Elyvio Blower)

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29 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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