Seis meses de paralisação


Deputados apontam corrupção e falta de gestão como marcas da gestão Dilma

A marca social forte, reivindicada por senadores petistas, do governo Dilma Rousseff tem sido a ineficiência administrativa e a corrupção instalada em diversos ministérios. Essa é a avaliação de deputados tucanos. Segundo eles, o descontentamento dos aliados com a comunicação das ações do Planalto reflete a insatisfação da população com a forma de a presidente conduzir o país. Em encontro na casa de Marta Suplicy (PT-SP), com as ministras Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Ideli Salvatti (Relações Institucionais), a base defendeu o investimento em agenda popular, levando petistas a tiracolo.

Reinaldo Azambuja (MS) acredita que a marca da nova gestão nos primeiros seis meses é a incapacidade gerencial. “O descontentamento dos senadores é a realidade dos fatos vivenciados nesse período: o governo não disse a que veio, está paralisado e deu continuidade à gastança, derrubando a imagem de grande gerente de Dilma”, afirmou.

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Na lista de descontentamento, o lançamento do “O Brasil sem Miséria” foi ofuscado pela queda do ex-ministro Antonio Palocci. Segundo o tucano, trata-se de outro programa sem consistência e que dificilmente atenderá às necessidades da sociedade.

O deputado Nelson Marchezan Junior (RS) criticou a postura dos aliados, que demonstraram temor com a falta de propaganda e não com a ineficiência. “A preocupação não é com o que o governo fez, mas com a forma como está mostrando para a sociedade. Isso reforça que os princípios do PT estão embasados no comunicar e não em resolver os problemas”, reprovou.

Para Marchezan, a presidente não tem habilidade política e muito menos é uma boa gestora. “A comunicação vai mal porque falta gestão. Por mais que a área estivesse bem, iria passar qual imagem, se em todos os ministérios há denúncia de corrupção?”, questionou. O tucano acredita que Dilma dá continuidade ao programa de Lula, com todas as irregularidades.

Carlaile Pedrosa (MG) alerta para a inexistência de uma pauta positiva. “Vemos que o governo não dá condições de fazer essa agenda. Há uma paralisação, principalmente por causa das denúncias contra os ministros”, afirmou. Pedrosa rebateu a proposta dos aliados de que a presidente precisa aparecer como comandante das obras da Copa de 2014. A ideia cai por terra por conta da estagnação dos preparativos para o evento, acredita.

O deputado Carlos Roberto (SP) avalia que o PT está deixando o Brasil “sem rumo e sem credibilidade”. “Nesses seis meses, a presidente tem gastado seu tempo administrando conflitos e não o país. Ela está acuada em relação às necessidades do país”, apontou o tucano, ao destacar o envolvimento de diversos ministros em supostos esquemas de corrupção, o que levou o Planalto a realizar quatro trocas na Esplanada.

(Reportagem: Djan Moreno / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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14 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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