Desvio de recursos


Mendes Thame lamenta alto grau de corrupção no Brasil

Em discurso no grande expediente da Câmara, o deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) apresentou dados da Transparência Internacional que coloca o Brasil como um dos países mais corruptos do mundo. A instituição não governamental atribui nota 3,7 numa escala de zero (muito corrompido) a dez (livre do problema). Os números são referentes ao ano passado.

Thame lamenta o fato de a corrupção custar de R$ 41,5 bilhões a R$ 70 bilhões, o que corresponde de 1,4% a 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB). Na era Lula, foram verificados mais de 100 casos de fraudes como tráfico de influência, compra de votos e o mensalão, escândalo considerado pelo procurador-geral da República, Roberto Gurgel, como pior ataque à democracia.

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Com a presidente Dilma Rousseff a situação permanece. Ao longo do semestre, denúncias de corrupção e o envolvimento de ministros em polêmicas e escândalos se multiplicaram. “Sucedendo Lula, o governo Dilma, em seus seis meses, segue os passos do seu criador, mostrando que é de absoluta continuidade, que não vai mudar nada”, reprovou.

O tucano destacou que o “festival” de má conduta revela o amplo leque de perversão. “Desvios de recursos públicos, manipulação de contratos e toda a sorte de falcatruas dentro do governo federal, como superfaturamento em obras de ferrovia, envelopes de dinheiro distribuídos a integrantes de ministérios, fraudes em licitações de estatais”, enumerou.

Mendes Thame completa: “Não sabemos qual é a intenção da presidente da República, mas um fato é verdade: há um discurso de combate à corrupção, mas, na prática, há afago para os denunciados, há um estímulo a que tudo continue como está”.

Dados comprovam prevaricação

→ Em fevereiro, o ministro do Esporte, Orlando Silva, esteve no centro das denúncias envolvendo o programa “Segundo Tempo”. O projeto teria distribuído recursos a ONGs de seus aliados;

→ Em abril, a Controladoria-Geral da União apontou fraudes no Ministério da Educação. Ao menos R$ 13 milhões deixaram de ser ou foram mal aplicados na área;

→ Em junho, a queda do então ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, que multiplicou por 20 seu patrimônio em quatro anos, paralisou o governo e deixou exposta crise na articulação política;

→ Esquemas de cobrança de propina no Ministério dos Transportes derrubaram o ministro Alfredo Nascimento 30 dias após a saída de Palocci. Outros quatro foram afastados: Mauro Barbosa da Silva, chefe de gabinete; Luís Tito Bonvini, assessor do gabinete do ministro; Luiz Antonio Pagot, diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes; e José Francisco das Neves, diretor-presidente da Valec.

(Reportagem: Laize Andrade / Foto: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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14 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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