Acordo prévio


Líder solicita à PGR abertura de inquérito para apurar suspeita de fraude na Petrobras

O líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), protocola amanhã (12) representação na Procuradoria Geral da República solicitando abertura de inquérito policial e civil para apurar a dispensa de licitação em contratos milionários da Petrobras. O jornal “O Estado de S. Paulo” revelou que a direção da Seebla Engenharia alertou a estatal em 11 de maio sobre o assédio da empresa Manchester Serviços Ltda, que pertence ao senador Eunício Oliveira (PMDB-CE), para fazer um acerto em uma licitação de R$ 300 milhões na Bacia de Campos, região de exploração do pré-sal no Rio de Janeiro.

O tucano quer a investigação de possível prática de fraude à licitação e de improbidade administrativa por parte do senador, o sócio José Wilson de Lima, e o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli. O líder entregará ainda dois ofícios, um endereçado ao ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, e outro ao presidente do Tribunal de Contas da União, Benjamin Zymler. Nogueira pede a entrada da Polícia Federal no caso e a realização de auditoria na Manchester.

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Segundo o Estadão, a empresa do senador soube com antecedência da relação de concorrentes do pregão. A Manchester teria procurado companhias para fazer acordo e ganhar o contrato. Uma das visitadas foi a própria Seebla.

Para o deputado Otavio Leite (RJ), a situação é uma ofensa à lei de probidade administrativa e, portanto, inaceitável. Na avaliação do deputado, deveria haver uma CPI. “A reportagem revela toda uma articulação subterrânea e prévia de que há uma conexão fraudulenta dentro da Petrobras. Fica sob suspeita uma gestão que deveria ser técnica e, no entanto, tem se prestado a ser um braço político econômico do governo”, condenou o tucano.

Antonio Carlos Mendes Thame (SP) condenou o aparelhamento da Petrobras e afirmou que há um conluio na estatal. De acordo com o parlamentar, a substituição de técnicos de carreira da empresa por petistas abriu as portas para a corrupção. “Assinar um contrato sem licitação é sinal de que existem pessoas dentro da empresa que estão diretamente envolvidas em beneficiar alguém em detrimento do Estado. Isso só consegue ser concretizado e consumado se houver a cumplicidade de alguém da Petrobras”, declarou.

O procurador-geral da República, Roberto Gurgel, afirmou hoje que o Ministério Público vai apurar as suspeitas contra a Manchester. “O Ministério Público tem o desafio de apurar e desvendar esse mistério e punir os responsáveis”, disse Otavio Leite.

Contrato suspeito

→ O contrato de R$ 300 milhões deve substituir os serviços emergenciais que já renderam R$ 57 milhões sem licitação Manchester Serviços Ltda.

(Reportagem: Alessandra Galvão/Fotos: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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11 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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