Discurso eleitoreiro


Baixa execução do PAC mostra falta de compromisso do Planalto, afirmam parlamentares

Os deputados César Colnago (ES) e Alfredo Kaefer (PR) afirmaram nesta terça-feira (5) que o pífio desempenho do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) é resultado da ineficiência do governo federal na execução do projeto. Encerrado o primeiro semestre, a ação, criada para revolucionar os investimentos em infraestrutura, executou irrisórios 3,9% do orçamento previsto para 2011.

Os dados foram compilados pela Assessoria Técnica do PSDB na Câmara, com base em informações do Sistema Integrado de Administração Financeira (Siafi). Segundo o levantamento, só R$ 1,5 bilhão foi efetivamente executado de R$ 40,1 bilhões autorizados. Só de restos a pagar – recursos não executados no exercício anterior e transferidos para o atual – do ano passado ainda não quitados até o último dia 30 de junho são R$ 22,3 bilhões.

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Na opinião de Colnago, o resultado revela que a gestão petista trabalha muito com a expectativa e, na maioria das vezes, ilude a população brasileira, ávida por investimento em obras de infraestrutura. “O governo anuncia com toda força, mas na hora de executar não realiza. Isso é lamentável”, ressaltou.

Segundo o tucano, o governo criou uma fantasia eleitoral. “Como pode um projeto considerado prioritário não executar nem 4% do programa? Onde fica a coerência e a verdade?”, questionou. Na campanha, a hoje presidente Dilma Rousseff foi nomeada a mãe do PAC, o que mostra a ausência de zelo materno.

Alfredo Kaefer acrescenta que a ação é uma iniciativa de cunho eleitoreiro, como comprova a execução baixa. O deputado condena a falta de investimento em infraestrutura. “Acreditava que seria a saída para essa demanda, mas vemos que o programa não anda. São várias promessas, mas nada de concreto”, apontou.

O fraco desempenho é verificado em diversos órgãos. No Ministério da Cultura, nenhum centavo foi desembolsado dos R$ 220 milhões previstos, segundo os dados do sistema de acompanhamento oficial. No Desenvolvimento Agrário, também nada foi liberado dos R$ 292 milhões autorizados. O Ministério dos Transportes previa investir R$ 546,7 milhões, mas não consta aporte da rubrica.

Na Fundação Nacional de Saúde (Funasa), de R$ 863 milhões autorizados, apenas R$ 120 mil foram efetivamente gastos. Já no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, dos R$ 1,37 bilhão nada foi liberado.

(Reportagem: Letícia Bogéa / Fotos: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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5 julho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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