Operação suspeita


PSDB quer que governo explique aporte à fusão Carrefour-Pão de Açúcar

O PSDB protocolou junto à Mesa da Câmara dois requerimentos de informação sobre o financiamento a ser realizado pelo BNDES à fusão entre o Pão de Açúcar e o Carrefour. Os documentos, assinados pelo deputado Vanderlei Macris (SP), são endereçados aos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Planejamento, Miriam Belchior.

Um terceiro será apresentado no início da semana ao ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel. Os pedidos questionam a base legal para o financiamento, quais interesses públicos se pretende atingir e se foram feitos estudos sobre o impacto da operação na concentração no mercado.

O PSDB também pretende descobrir a origem dos recursos que serão utilizados, as condições da operação e se o governo tem a expectativa de aumento de exportação a partir da fusão, já que é bem provável que ocorra exatamente o contrário.

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), o aporte de pouco mais de R$ 4 bilhões, se confirmado, denotará que o órgão não está cumprindo o papel de banco de fomento.

“Como banco de fomento, o BNDES deveria estar operando em setores de infraestrutura e apoiando o aumento da capacidade produtiva e a modernização da indústria brasileira, inclusive o desenvolvimento de pequenas e médias empresas. No entanto, vai injetar R$ 4 bilhões em recursos públicos para viabilizar uma fusão entre grupos consolidados de um setor tradicional de varejo, já muito concentrado”, disse o líder.

De acordo com Nogueira, desde 2009 o Tesouro já concedeu cerca de R$ 230 bilhões ao BNDES, mais de R$ 100 bilhões só no ano passado. No entanto, a taxa de investimentos brasileira continua baixa, uma das menores do mundo, e o país se desindustrializa e se torna cada vez mais um exportador de matérias-primas e produtos básicos.

“Foram várias Medidas Provisórias autorizando o aporte de recursos ao BNDES. Se a taxa de investimentos é baixa e o país se desindustrializa, isso pode denotar que o banco não está atuando como deveria e o dinheiro público está apenas favorecendo alguns poucos privilegiados”, disse o Líder.

Segundo Nogueira, há ainda outra questão intrigante: enquanto o governo alega que o aporte está em análise, o empresário Abilio Diniz, em entrevistas, dá o financiamento como certo. Isso, segundo o Líder, demonstra que o empresário pode ter boas fontes dentro do governo.

Na última quinta, o PSDB protocolou outros dois requerimentos de convite ao presidente do BNDES, Luciano Coutinho, nas Comissões de Fiscalização Financeira e Controle e Finanças e Tributação para explicar a operação ao Congresso Nacional.

(Da assessoria de imprensa da liderança do PSDB / Foto: Paula Sholl)

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1 julho, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Operação suspeita”

  1. Leonardo de Araujo Costa disse:

    A incapacidade da ministra da Casa Civil afirmando que o dinheiro não é público, reafirma minha visão desse desgoverno… Ninguém sabe de nada!

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