Só marketing


João Campos: sem resultados efetivos, PAC não passa de jogada publicitária

O deputado João Campos (GO) classificou nesta sexta-feira (24) de “farsa” e “grande peça publicitária” o Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), principal iniciativa do governo federal na área de infraestrutura. Dados extraídos do sistema oficial de acompanhamento de gastos respaldam a avaliação do tucano. Até o último dia 10,  a gestão Dilma só havia pago 0,6% da dotação orçamentária prevista para este ano. Ou seja, apenas R$ 239 milhões de uma reserva total de R$ 40 bilhões. Apesar dessa realidade, o tucano lembra que o Planalto mascara os números e usa estratégias de marketing para encobrir a verdade.

Os dados da execução pífia do PAC são destacados em estudo do Instituto Teotônio Vilela, órgão de estudos políticos do PSDB. O levantamento revela as distorções do programa, apontadas pelo deputado como verdadeiro “engodo”. “A população continua sendo enganada porque na medida em que vê a propaganda, fica na expectativa de que realmente as obras vão acontecer, mas elas não saem do papel”, criticou o tucano.

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O parlamentar afirma que os principais investimentos em infraestrutura no Brasil partem de empresas privadas e não do governo, que, segundo ele, não tem uma gestão eficiente para gerir e aplicar os investimentos da maneira correta.  “O que observamos ao longo do tempo é que a economia brasileira tem andado com pernas próprias. Os investimentos privados tem ocorrido independentemente das orientações do governo, que não faz executa o prometido”, destacou.

Além disso, o tucano avalia que o PAC seja apenas uma junção de iniciativas que estão no papel e não correspondem a obras e ações em andamento. O Tribunal de Contas da União (TCU) confirma essa distorção. Segundo o tribunal, a realidade é completamente diferente daquela apresentada por relatórios oficiais do governo, pelos quais a execução do programa em quatro anos teria sido de 88%, o equivalente a R$ 444 bilhões aplicados.

Relatório recente do TCU sobre o PAC mostra que entre as “realizações” do programa estão computados, por exemplo, investimentos previstos em contratos de concessão de rodovia assinados nos últimos quatro anos, mas cujos aportes só ocorrerão ao longo das próximas décadas. Sem essa e outras manobras, a execução do programa cai pelo menos para 49%.

“O programa é apenas uma peça publicitária, não é um compromisso do governo na área de investimentos. Tal peça saiu do imaginário do então presidente Lula e foi trabalhada pela ex-ministra Dilma Rousseff. Ela virou presidente, mas o PAC continua sendo apenas marketing”, reiterou Campos. Vale lembrar que a petista foi apelidada de “mãe do PAC” por Lula.

Números comprovam fiasco

16%
das obras foram finalizadas entre 2007 e 2010.

2/3
do efetivamente aplicado no PAC saiu da iniciativa privada em quatro anos.

0,6%
dos recursos previstos para 2011 saíram do papel até o início de junho.

R$ 242 bilhões
dos R$ 444 bilhões anunciados pelo Poder Executivo como investimentos em infraestrutura não passam de maquiagem. De acordo com o TCU, estes recursos não poderiam ser computados como aportes no setor.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Ag. Câmara/ Áudio: Elyvio Blower)

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24 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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