Vexame nacional


Pesquisa reforça ineficiência do governo na execução dos empreendimentos de eventos esportivos, criticam parlamentares

Os deputados Vanderlei Macris (SP) e Rui Palmeira (AL) consideram a incapacidade do governo o combustível para o pessimismo da população em relação à infraestrutura para a Copa do Mundo de 2014. Levantamento da GFK, quarta maior empresa de pesquisa do Brasil e do mundo, mostra que 68% dos brasileiros não acreditam que as obras do país estarão prontas até o início do torneio.

Quanto ao responsável pelo sucesso ou fracasso do mundial, o governo federal lidera disparado o ranking, com 42%. A percepção de que os preparativos seguem atrasados está distribuída por todas as faixas etárias. Na divisão por gênero, a visão é mais negativa entre as mulheres: 71% consideram que não haverá tempo, contra 63% dos homens.

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Na avaliação de Macris, a pesquisa reforça que o Executivo foi desatento e irresponsável. O Brasil sabe que sediará o evento há três anos, mas nenhuma providência foi tomada. Para o tucano, por falta da capacidade de gestão, levantam-se diversas suspeitas sobre as reais condições da infraestrutura.

“Tudo será feito de última hora, as obras custarão mais e quem pagará outra vez é o brasileiro. Isso é um absurdo. Já é parte do DNA do governo: fazer tudo de maneira mal feita para custar mais caro e, assim, ter maiores benefícios”, afirmou.

O tucano criticou o regime especial de licitação, que permitirá sigilo nos certames e não dará transparência para contratação de empresas. “Com a aprovação dessa lei, tudo será feito de forma rápida e escondida. O governo trabalha contra os interesses do país.”

Rui Palmeira acrescenta que o problema com os aeroportos é o mais preocupante. “O próprio Ipea disse que, mesmo com a iniciativa privada, os terminais não ficarão prontos. Isso mostra total incompetência do governo. Ficou esperando e agora flexibiliza a lei de licitações da pior maneira possível”, ressaltou.

O deputado espera que as obras fiquem prontas até o início do evento, mas teme o encarecimento em função da falta de planejamento. “Se a privatização tivesse saído antes, já teríamos alguns aeroportos concluídos. As obras ficarão prontas, porém, com um custo elevadíssimo para o contribuinte brasileiro”, concluiu.

Amplitude

→ A pesquisa da GFK foi feita com mil pessoas, por telefone, em 12 regiões metropolitanas, seguindo o perfil da população brasileira (distribuição por faixa etária, renda, sexo e região geográfica).

O pessimismo aumenta entre as classes A e B e os moradores do Sul e Sudeste. Apesar de o Nordeste ter o maior índice de confiança, em nenhuma região do país os otimistas superam os pessimistas.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Fotos: Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

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17 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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