Investigação necessária


PSDB quer CPI e presença do procurador-geral da República na Câmara

Para o líder do PSDB na Câmara, Duarte Nogueira (SP), a decisão do procurador-geral da República, Roberto Gurgel, de arquivar as representações contra o ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, reafirma a necessidade de uma Comissão Parlamentar de Inquérito. “Há indícios graves de irregularidades no crescimento patrimonial do ministro e também de tráfico de influência. O procurador usou uma saída formalista para negar a investigação dos fatos. Só uma CPI no Congresso para investigar o ministro”, defendeu na noite desta segunda-feira (6).

O tucano disse que analisará se irá recorrer ao Conselho Nacional do Ministério Público para que o órgão se manifeste sobre a legalidade do arquivamento. Nogueira também irá requerer a presença de Gurgel na Câmara para que ele explique a sua decisão. “O que a oposição quer é que o ministro seja investigado. O procurador não considerou nem a possibilidade de improbidade administrativa. Não é possível concluir eliminar as suspeitas se não for feita uma investigação”, disse Nogueira.

ITV: decisão de Roberto Gurgel fortalece necessidade de comissão de inquérito

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Ao longo do dia, o movimento da oposição para investigar a evolução patrimonial de Palocci ganhou força e novas adesões. A senadora Ana Amélia Lemos (PP-RS) anunciou que vai assinar o pedido de CPI. Com o apoio da parlamentar da base aliada ao Planalto, a oposição já tem 20 das 27 assinaturas necessárias no Senado. Nogueira aposta no apoio da base para tirar a proposta do papel. “Com a perda de apoio dentro do PT e da base governista, cresce cada vez mais a chance de haver a instalação da CPI”, afirmou. Além da senadora, o presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), divulgou nota pedindo o “afastamento imediato” de Palocci. A central sindical é um braço político do partido de Paulinho, como é conhecido o parlamentar.

Para Nogueira, desde a revelação de que o ministro multiplicou seu patrimônio por 20 em quatro anos, há mais de 20 dias, a oposição tentou oferecer a chance para Palocci se explicar. No entanto, o governo resolveu blindá-lo, evitando sua ida ao Congresso. A tropa de choque impediu a votação de vários requerimentos, rejeitou outros e agora tentar anular a legítima votação da Comissão de Agricultura. A decisão do presidente da Câmara em relação à convocação do petista, acatada em votação deste colegiado na semana passada, sera anunciada por Marco Maia (PT-RS) nesta terça-feira, A oposição deve recorrer ao Supremo Tribunal Federal caso Maia torne a convocação sem efeito.

A situação do ministro se complicou com denúncia da revista “Veja”, publicada no fim de semana. A matéria revela que Palocci mora em apartamento alugado em nome de uma empresa de fachada, a Lion Franquia e Participações. A Lion está registrada em nome de dois sócios: Dayvini Costa Nunes, com 99,5% das cotas, e Filipe Garcia dos Santos, com 0,5%. Os dois são jovens de classe média baixa. E o mais velho confirmou ser “laranja”. “Essa revelação piora ainda mais a situação do ministro. Há um emaranhado de fatos que só com a quebra de sigilos é possível investigar. Não há outro caminho senão uma CPI, que daria mais agilidade à investigação”, reforçou.

Ministro perde força

→ A Força Sindical, ligada ao PDT, divulgou nota nesta segunda-feira pedindo o “afastamento imediato” do ministro Palocci. O documento é assinado pelo presidente da central sindical, o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP).

→ Enquanto isso, durante cerimônia no Palácio do Planalto, hoje, o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, abraçou o ministro da Casa Civil e lhe desejou “força”.

→ O imóvel de 640 metros quadrados alugado por Palocci possui quatro suítes, três salas, duas lareiras, churrasqueira e outros requintes. O apartamento está avaliado em R$ 4 milhões. O condomínio chega a R$ 4.600 e o IPTU a R$ 2.300 mensais. De acordo com imobiliárias que administram as unidades vizinhas à de Palocci, o valor médio da locação naquele prédio é de R$ 15 mil.

(Reportagem: Alessandra Galvão com Assessoria de Imprensa da Liderança do PSDB/Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

Texto atualizado às 23h55

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6 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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