Valores maquiados


TCU legitima alertas da oposição sobre números superestimados do PAC, diz Rogério Marinho

Na avaliação do deputado Rogério Marinho (RN), a constatação do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU) de que os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) foram superestimados pelo governo federal corrobora os alertas feitos pelo PSDB. O TCU aprovou as contas do último ano da gestão Lula com oito ressalvas e 23 recomendações, cobrando eficiência e planejamento na execução do gasto governamental.

Segundo o tribunal, entre o balanço oficial do PAC e a realização efetiva das obras há uma diferença absurda. No caso da concessão de rodovias e ferrovias, por exemplo, investimentos foram considerados realizados no momento da assinatura dos contratos. As construções aparecem com valor executado de R$ 19 bilhões, enquanto o montante realmente investido foi de R$ 2,2 bilhões, de acordo com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

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Marinho afirmou que o governo tenta esconder a realidade dos fatos e dos números com a propaganda. “A execução orçamentária é extremamente precária, o governo não tem a capacidade de empreender, não prioriza investimentos em infraestrutura e o pior, tenta vender uma imagem de eficiência que não é real. Em boa hora o TCU repõe a verdade e legitima a oposição”, disse.

Para o deputado André Dias (PA), as contas do Planalto são uma “fraude”. “A propaganda irregular mantida pelo governo nos últimos anos vêm pregando permanentemente mentiras para esconder uma realidade que não é tão boa quando a ficção. A verdade mais cedo ou mais tarde vem à tona”, declarou.

Contas suspeitas

→ De acordo com o relatório do TCU, em 2010 apenas 9% do orçamento foram para investimentos. Já os restos a pagar (despesas contratadas e pendentes de pagamento) aumentaram 193% em cinco anos.

→ Enquanto isso, há 18 mil funcionários contratados irregularmente na administração direta e indireta. Essas despesas cresceram 10% em 2010 em relação a 2009.

→ O documento do TCU aponta ainda problemas considerados graves na aplicação de recursos nas áreas da saúde, mobilidade urbana e ciência e tecnologia.

(Reportagem: Alessandra Galvão/ Foto: Paula Sholl/Áudio: Elyvio Blower)

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3 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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