Ineficiência do governo


Demissão do presidente da Telebrás mostra incompetência do governo com o plano de banda larga, afirma Imbassahy

O deputado Antonio Imbassahy (BA) lamentou a demissão do presidente da Telebrás, Rogério Santanna, determinada na terça-feira (31) pelo ministro das Comunicações, Paulo Bernardo. Entre os fatores que provocaram o afastamento, estão as constantes queixas sobre os cortes orçamentários sofridos pela Telebrás, que inviabilizaram o cumprimento das metas do Plano Nacional de Banda Larga (PNBL). A iniciativa, lançada com pompa pelo governo Lula, não conectou uma casa sequer à rede mundial de computadores.

“Certamente devo ter provocado alguma insatisfação em setores que não enxergam no projeto da banda larga um bom projeto”, afirmou Santanna à “Folha de S.Paulo” após ser informado da demissão. Na avaliação de Imbassahy, a mudança ocorreu por descontentamento de Lula com a inércia do plano. “Nessa gestão as coisas não acontecem. O ex-presidente disse isso com clareza, o que desagradou o ministro e o governo. Por conta disso, ele foi demitido”, ressaltou. Santanna será substituído pelo atual diretor comercial da Telebrás, Caio Bonilha Rodrigues.

Play
baixe aqui

De acordo com o tucano, o ex-presidente tem razão em reclamar do orçamento, já que, do R$ 1 bilhão previsto, apenas R$ 50 milhões foram liberados. “É um governo do ‘faz de conta’, fala que vai fazer isso e aquilo e nada acontece. A presidente diz que o plano é prioridade, faz discurso, mas depois corta o orçamento”, criticou.

O deputado lembrou que o governo retém cerca de R$ 9 bilhões do Fundo de Universalização das Telecomunicações (Fust) que deveriam ser aplicados no programa, mas foram desviados para outras finalidades.

“Mas isso não é nenhuma surpresa. É mais um setor que mostra ineficiência e incompetência. O governo, ao invés de corrigir as suas ações, prefere demitir um funcionário público que é muito mais fácil”, reprovou. “A própria presidente e o ministro das Comunicações disseram que o projeto seria importante, só que ele não sai do papel. O que vemos nesse governo são muitos planos e muita falação. Esse é mais um exemplo”, completou Imbassahy.

Projeto fracassado

→ As metas previam a inauguração de pontos de acesso à rede nacional de banda larga em 100 municípios ainda em 2010, mas, do orçamento anual previsto de R$ 1 bilhão, apenas R$ 50 milhões foram efetivamente liberados.

→ Enquanto Bernardo, por orientação da presidente, negociava a construção da rede em parceria com as companhias telefônicas privadas, Santanna insistia no projeto inicial de dar a gestão do PNBL à Telebrás. Para ele, a estatal deveria não só gerir a rede como oferecer acesso à internet a usuários finais para forçar as teles a reduzir os preços do serviço.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto:  Paula Sholl / Áudio: Elyvio Blower)

Compartilhe:
1 junho, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *