Fim da lua-de-mel


Governo tenta controlar crise instalada na base aliada para proteger braço direito de Dilma, avaliam tucanos

 

A crise interna do governo federal não será contornada enquanto o Planalto insistir em acobertar os próprios erros, avaliaram os deputados André Dias (PA) e Antonio Imbassahy (BA) nesta segunda-feira (30). Para os tucanos, a extensa programação da presidente Dilma Rousseff no decorrer da semana, que inclui reunião com senadores e o vice Michel Temer (PMDB-SP), será insuficiente para apagar da memória do brasileiro as suspeitas de enriquecimento ilícito do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci. Eles acreditam que as disputas entre PT e PMDB, que atingiram o auge na votação do Código Florestal, também não serão esquecidas com facilidade.

A união de integrantes dos dois partidos no Congresso é fundamental para o governo impedir a convocação de Palocci, que se recusa a esclarecer como seu patrimônio se multiplicou por 20 em quatro anos. “Enquanto a presidente acobertar um ministro suspeito de corrupção, nada estará esclarecido”, alertou Imbassahy. Em público, Dilma e Temer mantêm as aparências. Nos bastidores, tentam impedir o crescimento da onda de insatisfação de peemedebistas, inclinados a apoiar a criação de CPI, proposta pelo PSDB, para investigar o ministro.

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“Não adianta o esforço de mostrar que não há desentendimento com o PMDB, até porque foi divulgado o telefonema de Palocci para Temer, uma coisa desrespeitosa, que compromete a autoridade e a unidade do governo”, lembrou Imbassahy. A ligação ocorreu na noite da votação do Código Florestal, em 24 de maio. Segundo Palocci, Dilma teria mandado um recado: se o PMDB votasse pela emenda 164, que anistia desmatadores, os ministros do partido seriam demitidos. A bancada inteira votou contra orientação do Planalto.

Para André Dias, o governo acreditava que o Congresso estivesse engessado e funcionasse como subsecretaria para atender seus interesses. Como a imposição não foi atendida, o abalo na relação entre os dois maiores partidos da base foi sentido de imediato. Dias acredita que a razão para mostrar uma suposta harmonia é proteger Palocci. Uma investigação do caso poderia revelar problemas com a campanha de Dilma, que foi coordenada pelo ministro.

“Muito mais do que preocupada com a aliança entre o PT e o PMDB, sua preocupação é de não apurar nada, pois isso pode levar a informações que agora parecem escondidas, e muito bem escondidas”, alertou.

Para o tucano, a gestão petista não possui um projeto a favor do Brasil. “O que fazem é apenas administrar as crises que eles mesmos criam pelos desmandos e pela incapacidade de gerir e de controlar a voracidade de seus membros de usufruir da condição que exercem no poder público”, completou Dias.

(Reportagem: Djan Moreno/ Foto: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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30 maio, 2011 Últimas notícias 1 Commentário »

Uma resposta para “Fim da lua-de-mel”

  1. Ivete disse:

    Esta na hora deste PMDB,
    salvar sua a própria pele.

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