Fim do silêncio


Lula comanda blindagem a ministro da Casa Civil e expõe fragilidade política de Dilma

Os deputados César Colnago (ES) e Domingos Sávio (MG) afirmaram nesta quinta-feira (26) que o comando do ex-presidente Lula na operação de blindagem do ministro da Casa Civil, Antonio Palocci, demonstra fragilidade política do governo Dilma. Só hoje, onze dias após a primeira denúncia contra seu braço direito, a presidente fez uma manifestação pública sobre o caso. Diante do silêncio da petista, foi preciso que Lula tomasse as rédeas da situação.

Nos últimos dias, Lula se revezou entre reuniões com ministros e senadores e encontros com Palocci para montar uma estratégia de blindagem. Para os vice-líderes tucanos, a empreitada do ex-presidente expôs a fraqueza de Dilma no primeiro grande desafio político.

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Intervenção de ex-presidente no Planalto escancara um governo sem comando

“Na primeira crise que enfrenta, a presidente se manteve inerte e precisou entrar em cena aquele que a criou, do ponto de vista político. Na verdade, ele nunca saiu do comando, pois esse é como se fosse o seu terceiro mandato”, disparou Colnago em referência a Lula. De acordo com o deputado, o comando do Planalto caiu em descrédito inclusive entre aliados, que também esperam explicações do ministro sobre a milagrosa multiplicação do patrimônio.

“Ele é um homem público e tem que prestar esclarecimento, agir com transparência e dar toda informação necessária à sociedade. Se ele não se explica é porque há algo de errado”, apontou o tucano.

Para Domingos Sávio, a situação é vergonhosa para o Brasil. “Se o ministro recebeu essa fortuna toda de maneira transparente e honesta, não tem motivo para se blindar e buscar apoio em Lula para fazer pressão nas pessoas”, criticou, ao mencionar a tentativa do ex-presidente de convencer senadores aliados do governo a não assinarem o pedido de abertura de CPI.

De acordo com o tucano, Lula e Dilma precisam fazer tal articulação para se proteger, já que, em caso de serem confirmadas as suspeitas contra o ministro, ambos também teriam responsabilidade. Lula era o presidente do país na época em que teriam ocorrido as fraudes e Dilma teria sido beneficiada com dinheiro para a campanha.

“Daqui a pouco, o mundo inteiro estará de olho no Brasil, porque aqui quando se quer investigar alguma coisa a estratégia é abafar para que a impunidade continue prevalecendo” disse Sávio.

Da tribuna, o deputado Vanderlei Macris (SP) afirmou que a intervenção de Lula revela um “gigantesco” vazio no governo Dilma. “Com suas bravatas de sempre, o ex-presidente conseguiu reduzir a pó a estatura política de Dilma Rousseff. A presidente, a partir de hoje, não tem mais controle político na sua gestão na Presidência da República. Passados 143 dias da sua posse, ela não teve competência para gerenciar a primeira grande crise.  Nesse vácuo, Dilma vai se evaporando, e Lula, argiloso que é, sentiu o cheiro”, declarou.

(Reportagem: Djan Moreno/ Fotos: Paula Sholl/ Áudio: Elyvio Blower)

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26 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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