Gestão inexperiente


Planalto trata alta dos preços como “fumaça” e revela despreparo na economia, avalia Mendes Thame

O deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP) lamentou o aumento da inflação nas últimas semanas e criticou o governo federal por encarar o problema apenas como “fumaça”. A projeção de analistas do mercado financeiro para a inflação oficial neste ano subiu pela oitava semana seguida. A estimativa para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) passou de 6,34% para 6,37%, segundo o boletim Focus, publicação semanal elaborada pelo Banco Central. A projeção para o IPCA em 2011 está se desviando da meta, que tem como centro 4,5% e teto de 6,5%.

Na avaliação do parlamentar, o governo não consegue segurar a alta generalizada de preços  porque é inexperiente quando o assunto é economia. A inflação, a taxa de juros e o câmbio, de acordo com o tucano, são tormentos para a gestão petista. “O Planalto não consegue fazer uma boa administração para conseguir os resultados necessários e segurar a inflação. Isso não ocorre porque é um governo totalmente despreparado para cuidar da economia, como mostrou o período inicial da presidente Dilma Rousseff”, ressaltou.

O deputado afirmou que o PT, nos últimos 8 anos, nada fez em relação às questões macroeconômicas e deixou o mercado flutuar à vontade. “A única coisa que fez foi subir a taxa de juros. Até agora o PT não conseguiu fazer nada porque está desacostumado a tratar das questões  econômicas”, afirmou.

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Gasolina nas alturas

Em trajetória ascendente há dez meses, o litro da gasolina registrou em abril a maior alta desde setembro de 2005, de acordo com levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) feito em cerca de 35 mil postos em todo o país. Em abril, o litro da gasolina custou média de R$ 2,825, aumento de 6,16% ante o preço do mês anterior. Em março, quem abastecia com gasolina pagava R$ 2,661 o litro. No entanto, em resolução aprovada pelo Diretório Nacional, o PT insiste que os riscos de alta de preços são mais propagandísticos que reais.

“Isso não é só propaganda. A população está vendo que está pagando muito mais caro pelo combustível. Em relação à gasolina, temos no Brasil uma alta incidência de impostos, encarecendo o custo final do produto”, lamentou Mendes Thame.

O tucano acrescentou ainda que não há preocupação da Petrobras em racionalizar a produção e barateá-la, tornando o consumo mais acessível à população. Segundo ele, isso causa impacto nos custos de toda a economia. “Um aumento nos preços de combustível pesa na planilha de custo de produção de todos os produtos”, alertou.

Legado positivo pode ser jogado fora

“Se o governo não conseguir controlar a alta de preços, certamente jogará no lixo um legado benigno que recebeu desde que foi controlada a inflação, no final do governo Itamar Franco e início da gestão Fernando Henrique Cardoso”.
Deputado Antonio Carlos Mendes Thame (SP)

Previsões revistas

→ Segundo analistas, a Selic deve chegar ao final de 2011 em 12,50% ao ano, e não mais em 12,25%, como previsto no boletim da semana passada. Para o final de 2012, a previsão é que a taxa básica de juros fique em 12% ao ano, contra os 11,75% ao ano previstos anteriormente. Atualmente, a Selic está em 12% ao ano.

→ A pesquisa divulgada pelo Banco Central também traz projeções para outros índices de inflação. A expectativa para o Índice de Preços ao Consumidor da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (IPC-Fipe) em 2011 passou de 5,57% para 5,71%. Para 2012, a estimativa subiu de 4,76% para 4,78%.

(Reportagem: Letícia Bogéa/ Foto: Eduardo Lacerda/Áudio: Elyvio Blower)

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3 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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