Despreparo


Senadores cobram, mas Mantega não assegura medidas concretas de combate à inflação

O líder do PSDB no Senado, Alvaro Dias (PR), e os senadores Cyro Miranda (GO), Aloysio Nunes (SP) e Flexa Ribeiro (PA) cobraram do ministro da Fazenda, Guido Mantega, medidas concretas contra a escalada da inflação durante sabatina realizada na manhã desta terça-feira (3) na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado. O petista, porém, não assegurou nenhuma ação objetiva neste sentido. Limitou-se a fazer a propaganda dos números oficiais – maquiados, de acordo com os tucanos. E, sem detalhar onde, alegou que o governo “já cortou 35% das despesas dos ministérios”.

O ministro da Fazenda afirmou que as chuvas vão parar e por isso o preço dos alimentos – que já dói no bolso dos brasileiros –  cairá. Guido Mantega salientou ainda que neste mês o etanol, atualmente classificado como um produto agrícola, também vai cair por causa de medida provisória que o enquadra como combustível. A alta nos postos de combustível já é alvo de manifestações em todo o país, como destacou o líder do PSDB.

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De acordo com Alvaro, só promovendo uma ampla e profunda reforma administrativa o PT terá chances de controlar a inflação. O ministro Mantega concordou, sem, no entanto, fornecer nenhuma garantia governamental neste aspecto. “Essa é uma preocupação permanente do governo”, restringiu-se a colocar. Segundo o tucano, há no momento movimentos de rebeldia contra o aumento dos preços dos combustíveis, principalmente porque os petistas proclamaram a autosuficência do petróleo no Brasil.

O ministro da Fazenda deixou sem respostas questionamentos do líder do PSDB sobre as manobras para maquiar o encarecimento da dívida pública, o superfaturamento das obras públicas e o aumento dos gastos com custeio, pessoal, juros e cartões corporativos. Cyro Miranda, autor do requerimento da sabatina com o ministro, perguntou sobre a contradição da área econômica do governo do PT, já que Mantega sempre foi conta o aumento da taxa Selic, dos juros e do IOF, mas esses números estão crescendo mensalmente.

“A que níveis esses números vão aumentar ainda mais para contribuir com a queda da inflação?”, perguntou Cyro Miranda. Aloysio Nunes reforçou o argumento tucano de que falta competência ao PT na gestão fiscal para domar o dragão da inflação. E reagiu indignado à tentativa infrutífera da senadora petista Gleisi Hoffmann (PR) de impedir a oposição de fazer discursos cobrando o combate à inflação, porque, segundo ela, ameaçam a segurança do Brasil. “Faço o discurso que eu quiser. E a oposição está vocalizando a voz das ruas. Os militares é que tinham essa postura na ditadura”, pontuou.

Flexa Ribeiro comparou a dificuldade do combate a inflação a de perder peso. E contestou a insistência dos petistas em negar a realidade inflacionária. “A imprensa já mostra os efeitos da escalada da inflação nas classes menos favorecidas, com números. Revela orçamentos das classes média e baixa sendo dilapidados, a sua perda de compra e a inadimplência de quem comprou bens a longo prazo”, destacou.

A senadora Lúcia Vânia (GO) também criticou o ministro por não responder aos questionamentos. “Faltaram respostas. As colocações dele em relação a investimentos, a inflação e gastos públicos foram, em minha opinião, muito superficiais. Ele não convenceu”, resumiu. A tucana disse que também não ficou satisfeita com a resposta sobre a suposta interferência do Planalto na Vale do Rio Doce. “O que ele disse foi algo totalmente fora do que foi perguntado. Na verdade deixou bem claro que houve sim, uma interferência do governo e que ele [Mantega] considera isso normal”.

(Da redação com informações da Assessoria de Comunicação da Liderança do PSDB no Senado/ Foto: Cadu Gomes)

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3 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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