Guerra ao terrorismo


Morte de Bin Laden é alerta para reforço contra represálias, afirmam deputados

Presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, o deputado Carlos Alberto Leréia (GO) acredita que a morte de Osama bin Laden – o terrorista mais procurado do mundo –  trouxe tranquilidade no primeiro momento, mas pode representar um alerta para a segurança nos Estados Unidos e no Brasil.

O parlamentar avalia que, depois da morte do terrorista no Paquistão, na madrugada desta segunda-feira (horário local), é possível que haja maior risco de violência antiamericana em todo o mundo. Leréia defendeu maior segurança nos países, inclusive no Brasil. Segundo o tucano, a estrutura terrorista idealizada por Bin Laden está enraizada no mundo árabe e também em outras regiões. Na sua avaliação, o combate ao terrorismo não pode acabar com a morte de Osama. “Os países de todo o mundo precisam ficar atentos”, alertou.

Diante da possibilidade de atentados no Brasil, o deputado cobrou do governo federal a elaboração de uma lei antiterrorismo. Às vésperas da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, é fundamental que as autoridades mudem de atitude e criem a lei como forma de bloquear ações de organizações extremistas em território nacional, acredita o tucano. “É importante termos essa legislação, pois é possível acontecer atentados no Brasil. Além de uma política de segurança preparada para atuar nessa questão”, defendeu.

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Por fim, Leréia reiterou a necessidade dos países lutarem contra os terroristas. “Essa luta tem que existir sempre. E nós, brasileiros, que vamos promover os eventos esportivos, temos que ficar muito atentos porque o Brasil mantém relação diplomática com muitos países”, concluiu.

Já o deputado Reinaldo Azambuja (MS), também integrante da Comissão de Relações Exteriores, classificou de “vitória das forças que buscam combater o terrorismo internacional” a morte de Bin Laden. Embora acredite que a morte  enfraquecerá as células terroristas, o tucano também defende a elaboração de uma lei antiterror no Brasil para aumentar a segurança.

“Todo país deve ter uma lei para coibir e proteger a nação contra possíveis ações terroristas. Infelizmente, isso existe e precisamos estar preparados. Uma lei no Brasil seria importante para que ações sejam adotadas pelo poder público quando necessárias”, opinou Azambuja.

Dez anos de buscas

→ Procurado por pelo menos dez anos pelos EUA, Bin Laden era líder da rede terrorista da Al Qaeda, responsável pelos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001, que mataram cerca de 3 mil pessoas.

→ De acordo com o presidente Barack Obama, a morte foi consequência de uma ação de inteligência do Exército norte-americano em parceria com o governo do Paquistão, que localizou o terrorista na semana passada.

→ Reportagem publicada recentemente pela revista “Veja” comprova a atuação de integrantes da Al Qaeda em território brasileiro. Em março de 2003, a revista revelou que Bin Laden entrara clandestinamente no Brasil em 1995. Desde então, as atividades dos extremistas aumentaram no país.

→ Há vinte anos as autoridades nacionais conhecem – e negligenciam – os relatórios da Interpol, da CIA, do FBI e do Departamento do Tesouro americano a respeito das atividades de extremistas no Brasil. Os atentados contra alvos judeus em Buenos Aires, que mataram 114 pessoas em 1992 e 1994, deram uma guinada no tratamento da questão. A Polícia Federal reagiu constituindo um serviço antiterrorismo. Graças a ele, descobriu-se que, em 1995, Bin Laden e Khalid Shaikh Mohammed, que o ajudou a planejar a destruição do World Trade Center, estiveram em Foz do Iguaçu. A passagem de Bin Laden foi revelada por “Veja” oito anos depois.

(Reportagem: Letícia Bogéa/Fotos: Brizza Cavalcante/Ag. Câmara e Marco Túlio/Áudio: Elyvio Blower)

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2 maio, 2011 Últimas notícias Sem commentários »

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